Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Aumento no preço dos insumos é o maior problema da Construção há 24 meses

A falta ou o alto custo dos insumos continua sendo, pelo oitavo trimestre consecutivo, o principal problema da construção. A taxa de juros elevada e a falta ou o alto custo de trabalhador qualificado também são destaques. As informações fazem parte do estudo “Desempenho Econômico da Indústria da Construção – segundo trimestre de 2022”, divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), nesta segunda-feira (25), em coletiva de imprensa. Participaram do levantamento mais de 400 empresas.

O evento contou com a participação do presidente da CBIC, José Carlos Martins, da economista da entidade, Ieda Vasconcelos, e do gerente-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mário Sérgio Telles, que apresentou a Sondagem da Indústria da Construção.

Segundo a pesquisa, a falta ou o alto custo de matéria-prima foi o principal problema citado por 47,7% dos empresários. A taxa de juros elevada foi destacada por 29,8% dos entrevistados. Já a falta ou alto custo de trabalhador qualificado foi relatada por 20,3%.

De acordo com Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), realizado pelo Fundação Getúlio Vargas (FGV), os três insumos que mais sofreram aumentos nos custos entre julho de 2020 a junho de 2022, foram: vergalhões e arames de aço ao carbono (99,60%), tubos e conexões de ferro e aço (89,43%) e tubos e conexões de PVC (80,62%). Veja mais na apresentação.

Expectativa para o PIB
A CBIC aumentou, pela segunda vez consecutiva em 2022, a projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Construção Civil. Segundo a economista da entidade, o ciclo de negócios em andamento, iniciado nos últimos dois anos, tem garantido o ritmo de atividade do setor. Para o segundo semestre é aguardado, também, um  maior  impacto do ritmo de atividades originário das famílias, com  pequenas obras e reformas.

Ieda ainda mencionou que as novas medidas para o Programa Casa Verde e Amarela proporcionarão efeito positivo na atividade do setor, e poderão começar a ser sentidos nos últimos meses deste ano.  No entanto, de acordo com ela, o setor ainda está longe de recuperar as perdas dos anos anteriores. “Pelo segundo ano consecutivo a Construção crescerá acima da economia nacional. Entretanto, mesmo considerando a alta de 3,5% do em 2022, o setor ainda registra queda em seu PIB de 23,44% no período 2014 a 2022”, disse.

Para o presidente da CBIC, a previsão de crescimento para o PIB é de 13,5%. “O setor da construção civil tem tido um crescimento forte e consistente. A previsão para o PIB é crescimento de 13,5%. Essa nova projeção foi revista após mudanças realizadas no programa Casa Verde Amarela (CVA)”, mencionou.

Os últimos resultados do PIB, divulgados pelo IBGE, indicam que a Construção Civil, na série trimestre contra trimestre imediatamente anterior, com ajuste sazonal, cresce há sete trimestres consecutivos. “Essa sequência de números positivos ainda não tinha sido observada na série histórica do indicador, iniciada em 1996. Estes resultados fazem parte do ciclo positivo de negócios em andamento, que foi iniciado no 3º trimestre de 2020” e mostram a importância do setor para o País”, afirmou a economista Ieda Vasconcelos.

O gerente-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mário Sérgio Telles, reiterou que a situação não é ‘só um mar de rosas’. “Os juros têm sido um dos maiores problemas do setor e a tendência é que esse patamar continue elevado, mas nós esperamos que a essa seja a maior taxa alcançada. Com a desaceleração da inflação, esse aumento de juros possa ser interrompido para que esse movimento de crescimento da construção civil não seja descontinuado. É importante que a gente não tenha mais uma trava no setor da construção civil”, destacou.

Mercado de trabalho
O mercado de trabalho da construção continua gerando resultados positivos e em patamares mais elevados do que os observados no período pré-pandemia. Os resultados dos primeiros semestres de 2021 e 2022 são os melhores para o período desde 2012, quando se analisa a série do Caged e do novo Caged.

Em maio deste ano, o número de trabalhadores com carteira assinada alcançou o maior patamar desde novembro de 2015. Além disso, o mercado de trabalho formal alcançou resultados positivos em quase todos os estados, sendo São Paulo (SP), Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ), os destaques na geração de novas vagas na construção.

O setor já gerou mais de 430 mil novas vagas com carteira assinada no período pós pandemia (entre março de 2020 a maio de 2022). A construção de edifícios representou mais 175.64 novas vagas. Obras de infraestrutura: 93,961 e serviços especializados para a construção: 166.368.

“Apesar desse cenário, se a gente crescer 13,5%, estaremos no patamar de 2015, muito longe daquilo que nós já fomos. Nós já estivemos 3 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Nós perdemos 1 milhão e recuperamos, entre 2019 e 2022, em torno de 500 mil trabalhadores. Isso nos mostra o tanto que temos e podemos crescer. Nós já fomos 25% da indústria. Hoje, somos 16%”, disse o presidente da CBIC.

Atividade
Conforme a Sondagem da Indústria da Construção, realizada pela CNI, com o apoio da CBIC, o setor, com a contribuição de todos os seus segmentos (construção de edifícios, serviços especializados para construção e obras de infraestrutura) encerrou o primeiro semestre de 2022 com o maior patamar de atividades desde outubro de 2021. A economista da CBIC ressalta que, em junho, o patamar alcançado é o maior para o período desde 2011 e supera, inclusive, o bom desempenho de 2021.

“O bom desempenho da Construção exerce efeito positivo em toda a economia nacional, em função da sua extensa cadeia produtiva. Isso significa que mais atividade na Construção, é mais renda, mais emprego e mais geração de tributos em toda a economia nacional. E isso merece ser destacado. Num momento em que o país busca consolidar o seu processo de crescimento, a Construção Civil segue se destacando e contribuindo de forma estratégica”, ressaltou Ieda Vasconcelos.

Telles destacou que a continuidade do desempenho positivo da construção civil é muito relevante. “É um setor que tem uma capacidade de atingir e provocar reação em outros setores”, disse.

Matéria publicada na Agência CBIC

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