Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Boletim da Construção da FIESP (Julho/2024)


A Construção deve ser analisada em seus dois grandes segmentos: o empresarial, que atende as incorporadoras, as obras empresariais, como o Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), e as obras públicas; e o setor informal, que atende as pequenas obras e construções realizadas por trabalhadores conta própria e avulsos, via autoconstrução.

Até julho, o setor formal seguiu em expansão, tanto no Brasil, quanto no Estado de São Paulo. A ocupação formal cresceu 0,6% em maio, após alta de 1,1% em abril. O indicador de expectativa de atividade (que aponta aumento quando o nível está acima de 50), elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), demonstrou, para junho, manutenção da expectativa do nível de atividade no Brasil para os próximos 6 meses (53,7), com queda para o caso de São Paulo (46,7).

Ao mesmo tempo, a indústria de materiais, que atende os setores formal e informal, apresenta resultado ambíguo, sugerindo dificuldade de expansão do setor informal, mais ligado à renda e ao crédito das classes com menor rendimento. O consumo de aço longo se elevou (+1,1%), enquanto o de cimento teve retração (-0,5%), sob a ótica do valor acumulado nos últimos 12 meses.

As vendas de imóveis residenciais, tanto totais quanto dentro do MCMV, se mantêm aquecidas, apesar de uma estabilização no volume de negócios. As operações contratadas com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) permanecem em crescimento constante, acompanhando as contratações do Fundo para imóveis novos, enquanto as que utilizam recursos da poupança (SBPE) continuam a apresentar quase estagnação, por conta da exaustão do montante disponível no sistema.

Os custos se mantêm em níveis comportados, com o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) variando abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O componente mão de obra, que vinha pressionando os índices, desacelerou e convergiu para o IPCA. Já o preço dos imóveis segue se expandindo acima dos custos, apontando uma recomposição de ganhos por parte da indústria.

Os seguintes pontos de atenção devem ser acompanhados:

⠀⠀• Impactos do fim do ciclo de redução da taxa de juros para o setor da Construção, com a Taxa Selic a 10,5%, nível bastante elevado, o que dificulta a expansão da atividade econômica geral, e demanda por construção em particular. Além disso, tira a competividade dos depósitos de poupança, reduzindo o funding do setor de habitação;

⠀⠀• Liberação dos recursos adicionais para o FGTS, necessária para a continuidade da expansão do MCMV ainda este ano;

⠀⠀• Debate das propostas de expansão do crédito habitacional voltado à todas as faixas de renda a partir do próximo ano;

⠀⠀• Mudanças na regulamentação final da reforma tributária que possam ter efeitos diretos na Construção;

⠀⠀• Evolução da disponibilidade de mão de obra para emprego no setor e da continuidade das vendas em um nível maior que dos lançamentos.

Leia na íntegra o Boletim da Construção publicado no Observatório da Construção/FIESP

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