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CBIC Economia: Live apresenta análise da conjuntura econômica nacional e da construção civil

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) realizou a live “CBIC Economia” com a economista da entidade, Ieda Vasconcelos. Durante a live foi realizada uma análise da conjuntura econômica nacional, abordando dados sobre inflação, taxas de juros, emprego e resultados do Produto Interno Bruto (PIB) relativos ao 1º trimestre/22. Também foram analisados dados específicos sobre a construção civil, como o incremento contínuo em seus custos, as taxas do crédito imobiliário e lançamentos e vendas de apartamentos novos no País. 
 
Em linhas gerais, a economista explicou a metodologia de cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial das metas para inflação. Ressaltou que os seus resultados indicam altas expressivas no custo de vida das famílias. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador aumentou 11,73% em 12 meses. Por trás desse resultado, Ieda Vasconcelos, destacou que existem aumentos muito expressivos dos componentes do indicador, como alguns itens de alimentação.  Nos últimos 12 meses, alguns produtos registraram elevações superiores a 50%.  “Aumentos tão expressivos assim nos remetem à era pré-real, ou seja, anterior a julho de 1994”, disse.
 
A economista explicou ainda, que nesta semana, acontecerá uma nova reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), e que existe uma expectativa de mais um aumento na taxa Selic, que deverá chegar a 13,25%. “A preocupação principal é com o nível de atividade econômica. A alta da Selic registrada nos últimos meses ainda não foi contabilizada no dinamismo da atividade e isso preocupa”, apontou Ieda Vasconcelos.
 
Já em relação ao PIB, os resultados divulgados na semana passada, demonstram crescimento da economia nacional em 1%. O dado é referente aos três primeiros meses do ano de 2022.  “Esse crescimento foi amparado, entre outros, pelo setor de serviços, que foi o mais atingido durante a pandemia, e com o avanço do processo de vacinação, a sua recuperação se consolidou”, comentou a economista. Outro fator que contribuiu para o crescimento da economia foram as exportações. “Com o acontecimento da guerra entre Rússia e Ucrânia, ainda em andamento, as commodities foram valorizadas, gerando um reflexo positivo interno, apesar do contexto dramático vivido pelas populações atingidas”, explicou.
 
No que se refere à construção civil, os dados apontam crescimento de 0,8% ainda no primeiro trimestre. Os dados do setor incluem a Construção de Edifícios, Serviços Especializados para a Construção e Obras da Infraestrutura. “Essa alta representou o sétimo trimestre consecutivo de crescimento do setor “, disse Ieda Vasconcelos. 
 
Segundo análise da economista, considerando a expectativa atual, a construção civil deverá crescer 2,5% este ano. Mas apesar de positivo, se o setor mantiver esse patamar de alta, a recuperação do pico de atividades alcançado em 2014 somente deverá acontecer no ano de 2033. “Mas, se nos próximos anos esse número de crescimento se fortalecer, e alcançar, por exemplo, 4%, esse tempo de recuperação poderá ser reduzido”, explicou. A especialista falou ainda sobre a importância da participação da construção civil para a retomada econômica: “Para o país consolidar seu crescimento sustentado, vai precisar, necessariamente, passar pelas atividades do setor “, completou. 
 
Em maio/2022, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) aumentou 2,28%, o que correspondeu a maior elevação do ano. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2022, o índice registrou elevação de 5,28% e, nos últimos 12 meses, 11,59%. O cenário ainda requer atenção, com o aumento elevado dos insumos do setor, isso acaba gerando incertezas e adiando novos lançamentos. De acordo ainda com Ieda Vasconcelos, menos lançamentos significa menos obras no futuro e menos obras representam menos empregos e, consequentemente, menos renda para a economia.  “Por isso, essas elevações no custo do setor preocupam tanto”, concluiu.

Matéria publicada na Agência CBIC

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