De acordo com informações atualizadas do Radar ABRAINC-Fipe, as condições do mercado imobiliário encerraram o 1º trimestre de 2022 com nota média de 5,1 na escala entre 0 (menos favorável) a 10 (mais favorável).
Em termos comparativos, os últimos resultados representaram um incremento de 0,3 ponto em relação à nota apurada ao final do 4º trimestre (dezembro/2021); ligeira oscilação de 0,1 ponto em 12 meses (março/2021); e um aumento de 0,5 ponto em 24 meses (março/2020).
Considerando as quatro dimensões que compõem o Radar, destacaram-se os avanços positivos na demanda (decorrentes da recuperação da renda e do emprego) e no ambiente setorial (associados ao forte desempenho da incorporação nos lançamentos e o alívio das pressões sobre custo das empresas do setor de construção).
Por outro lado, pesaram negativamente sobre as condições gerais de mercado a piora no crédito imobiliário (dada deterioração das condições de financiamento imobiliário e queda das concessões reais) e no ambiente macro (impactado pela elevação das taxas de juros), a despeito da expansão da atividade econômica no período.
Balanço análogo se aplica à evolução na janela dos últimos 12 meses, com os destaques positivos – demanda e no ambiente setorial – sendo praticamente ofuscados pelo cenário relativamente menos favorável provido pelo ambiente macro e pelo crédito imobiliário.
Em um horizonte ampliado, comparando-se as notas registradas no último mês (março/2022) com aqueles registradas no início da pandemia (março/2020), desenha-se uma evolução majoritariamente favorável para o mercado imobiliário, sob liderança do desempenho da incorporação (ambiente setorial).
Em resumo, a leitura dos resultados do 1º trimestre de 2022 avaliza o protagonismo dos indicadores associados à demanda na sustentação das condições de mercado imobiliário (renda e emprego), em paralelo à expansão da atividade econômica, alívio das pressões de custo da construção e recorde nos lançamentos da incorporação. Conjuntamente, tais avanços colaboraram para contestar os efeitos deletérios da elevação das taxas de juros sobre o mercado imobiliário.
Matéria publicada na Abrainc