A construção civil sempre foi um setor tradicionalmente dominado pelos homens. Mas esse quadro vem mudando ao longo dos últimos anos com a chegada das mulheres em diferentes funções, desde o administrativo, posições de chefia e até mesmo nos serviços mais pesados, como nos canteiros de obras.
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) estima que mais de 200 mil mulheres trabalhem hoje no setor, um crescimento de 50% nos últimos dez anos no número de contratações.
Mesmo com este aumento nos quadros funcionais, os desafios dentro do mundo corporativo ainda são grandes e desafiadores para as mulheres.
"A esperada equidade no mercado de trabalho está relacionada a fatores como remuneração salarial, nível de escolaridade, ocupação, emprego/desemprego e maternidade", alerta Jacqueline Castro, gerente de Recursos Humanos da Nova Cipasa Urbanismo.
A área que Jaqueline comanda é responsável atualmente por 94 funcionários, dos quais 53 são mulheres, número superior à média das empresas nacionais do segmento, onde elas não chegam, ainda, a 50% dos cargos ocupados.
Na Nova Cipasa Urbanismo, empresa que desenvolve loteamentos urbanísticos em 21 estados, o público feminino está espalhado por diversas áreas como engenheira, jurídico, arquitetura, administrativo em geral e lideranças, onde elas já são líderes em nove dos 19 departamentos da companhia.
Um dos exemplos de chefia na empresa fica em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, Bahia. A empresa está concluindo um grande sistema viário próximo ao empreendimento Vívea Parque Jones, na Via Parafuso. Os 25 trabalhadores do canteiro de obra, com gerenciamento 100% de quatro mulheres. As vendas no local também estão sob a gerencia de uma profissional.
Jaqueline ressalta que a empresa não possui uma política específica voltada para contratação das mulheres. "Temos a política de contratar profissionais qualificados, dispostos, com atitudes positivas, flexíveis e dedicados, e as mulheres no processo de seleção se destacam nesses quesitos, assim como, no dia a dia do trabalho, reforçam essas competências", conta. "Na entrevista, nosso foco não é se tem filhos, com quem fica, entre outras coisas. Nosso foco é a competência para o cargo em questão".
Matéria publicada na Grandes Construções