Em meio a um mercado de trabalho mais aquecido do que o previsto, setores como comércio, alguns serviços e construção civil já passam por descasamento entre oferta de trabalhadores e demanda por funcionários. A dificuldade de patrões em encontrar empregados pode prejudicar a produtividade da economia, além de se refletir em preços mais altos aos consumidores finais ou margens de lucro menores para as empresas.
Há indícios de escassez de mão de obra ainda nas sondagens empresariais realizadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV). No setor da construção, as menções a escassez de mão de obra qualificada como limitante aos negócios passaram de 25,4% na sondagem de maio para 28,7% em junho, assumindo o primeiro lugar entre os entraves citados. É também o maior valor para junho desde 2014 (31,6%).
O mercado de trabalho aquecido se desdobra não só na dificuldade de encontrar mão de obra em alguns setores, mas também no custo para conseguir contratar esses funcionários, aponta Rodolpho Tobler, coordenador das Sondagens Empresariais da FGV.
Isso também tem pressionado o dia a dia das empresas na construção, setor em que 19,2% dos entrevistados mencionaram o custo da mão de obra como limitante para seu crescimento em junho.
No geral, a escassez de trabalhadores qualificados e o aumento do custo da mão de obra podem impactar, à frente, tanto a produtividade da economia quanto os preços cobrados dos consumidores, observa o economista da FGV.
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