O Índice de Confiança da Construção (ICST) manteve-se relativamente estável em setembro, ao variar 0,1 ponto, para 96,4 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2014 (96,7 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice avançou pelo quarto mês consecutivo, desta vez, 1,3 ponto.
Os dados são da Sondagem Nacional da Construção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre). Foram coletadas informações de 584 empresas entre os dias 1 e 23 deste mês. A pontuação vai de 0 a 200, denotando otimismo a partir de 100.
De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV/Ibre, depois de quatro meses de crescimento contínuo, a expectativa de melhora da demanda foi corrigida para baixo em setembro, sob efeito da elevação das taxas de juros do crédito imobiliário.
“O segmento de Edificações Residenciais foi o que acusou a maior queda do indicador de demanda prevista. Ainda assim, a confiança das empresas acomodou no patamar mais favorável desde 2014 devido a uma ligeira melhora da percepção sobre a situação corrente. O Indicador de Evolução Recente da atividade alcançou o melhor resultado desde dezembro de 2012. Ou seja, a retomada da atividade ganha força na percepção empresarial, mas diminui o otimismo com a continuidade desse ciclo”, analisa Ana Maria.
O ICST de setembro resultou de uma compensação de sinais opostos. Houve melhora da avaliação sobre a situação atual das empresas, mas queda nas expectativas em relação aos próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 0,8 ponto, para 92,7 pontos, maior nível desde agosto de 2014 (93 pontos). Entretanto, o Índice de Expectativas (IE-CST) recuou 0,7 ponto, para 100,2 pontos, nível neutro.
A alta do ISA-CST foi influenciada pelo aumento da satisfação em relação à situação atual dos negócios, cujo indicador subiu 1,8 ponto, para 92,2 pontos, enquanto o indicador de carteira de contratos cedeu 0,2 ponto, para 93,3 pontos.
Já no horizonte das expectativas, a queda IE-CST foi influenciada exclusivamente pela piora de demanda prevista, que caiu 1,6 ponto, para 101,2 pontos, enquanto o indicador de tendência dos negócios ficou relativamente estável, ao subir 0,3 ponto, para 99,2 pontos.
Mercado imobiliário
O Indicador que mede a evolução recente das atividades das empresas de Edificações Residenciais alcançou o melhor resultado desde setembro de 2013. “O indicador começa a refletir de forma mais significativa o ciclo de negócios do mercado imobiliário, que desde o ano passado vem acusando bons resultados. Crédito em expansão e baixas taxas de juros contribuíram para impulsionar as vendas que agora se traduzem em obras e emprego”, observou Ana Castelo.
Utilização da Capacidade
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção aumentou 1,9 ponto percentual (p.p.), para 75%. O Nuci de Mão de Obra e o Nuci de Máquinas e Equipamentos avançaram 1,9 e 1,2 p.p., para 76,2% e 68,3% respectivamente.
Matéria publicada no Sinduscon-SP