Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

ConstruCarta Nível de Atividade: INCC-M- mão de obra pressiona custos

Em agosto, o INCC-M voltou a acelerar, passando de 0,06% para 0,24%.

O subgrupo Materiais e Equipamentos teve a quarta deflação consecutiva (-0,11%) e registra em 12 meses queda de -1,04%, a menor taxa desde fevereiro de 2010. No entanto, o ritmo de queda foi menor que a observada em julho, quando a variação mensal alcançou -0,26%. O cimento junto com vergalhões, condutores elétricos e esquadrias de alumínio deram as maiores contribuições para a deflação da cesta de materiais no mês. Por outro lado, massa de concreto com alta de 0,74% arrefeceu o movimento de queda.

Vale destacar os aumentos expressivos da brita e areia ao longo do ano, que já acumulam variação em 12 meses de 14,45% e 7,09%, respectivamente. As prefeituras, que têm acelerado seus investimentos em infraestrutura visando o ano eleitoral, vêm pressionando a demanda desses insumos e contribuindo para a alta dos preços no período recente.

Por sua vez, o subgrupo mão de obra voltou a acelerar, com a taxa mensal passando de 0,38% para 0,71% em agosto. O movimento reflete os acordos (retroativos) do Rio e Porto Alegre. Em 12 meses, a taxa do componente mão de obra registrou alta de 6,43%, bem inferior ao resultado de agosto de 2022, de 11,20%. Ainda assim, o indicador tem se sustentado acima da inflação do período.

Como a atividade segue aquecida, a demanda por mão de obra também se mantém forte, favorecendo a alta dos serviços. No novo INCC, a alta da mão de obra não está associada apenas aos acordos coletivos, na medida em que os preços dos serviços podem ter variação independente da data do acordo. A Sondagem da Construção tem apontado que a escassez de mão de obra qualificada está entre as principais limitações à melhoria dos negócios.

Em São Paulo, o ICC teve variação positiva de 0,04% no mês. A alta do componente Mão de obra, de 0,48%, mais que compensou a queda da cesta de materiais, de 0,30%.

Apesar do acordo coletivo já ter encerrado seu efeito sobre os salários em São Paulo, o aquecimento do mercado paulistano pode gerar pressões sobre a demanda por mão de obra ao longo do ano, contribuindo para novos aumentos.

Matéria publicada no Sinduscon-SP

 

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