Em abril, o IGP-DI teve desaceleração ao passar de 2,37% em março para 0,41%, o que refletiu a queda na taxa de seu principal componente, o IPA – saiu de 2,80% em março para 0,19%. As contribuições para esse movimento vieram dos aumentos mais comedidos do diesel e gasolina e da queda nominal dos preços da soja, milho e minério de ferro. O novo lockdown chinês foi o maior responsável pelas taxas negativas nos preços das commodities.
O IPC-DI também teve diminuição do resultado mensal, que alcançou 1,08% em abril. Por sua vez, pelo segundo mês, o INCC-DI registrou aceleração ao passar de 0,86% em março para 0,95% em abril. Houve uma distinção relevante em relação ao movimento anterior: foi a cesta de materiais e equipamentos que mais pressionou os custos, enquanto no mês passado, a maior alta adveio da mão de obra.
Os principais insumos responsáveis pela aceleração em abril foram o cimento (5,38%), Elevador (3,24%), massa de concreto (3,79%), argamassa (3,185) e vergalhões (1,64%). Vale notar que os vergalhões inverteram a tendência de queda nominal dos últimos meses, enquanto o cimento registra a segunda alta mensal.
As taxas 12 meses dos dois importantes insumos da construção apresentam tendência inversa: enquanto os preços dos vergalhões desaceleram, os de cimento aumentam o ritmo. Esse efeito ocorre porque sai fora da taxa acumulada de vergalhões, a alta mensal de 21% observada em fevereiro de 2021.
Em 12 meses, o IGP-DI atingiu aumento acumulado de 13,53%, enquanto o INCC-DI registra elevação de 11,52% no mesmo período. Em abril do ano passado, a variação acumulada do índice setorial alcançou 12,99%.
O componente Materiais e Equipamentos tem aumento de 15,96% no período de 12 meses, contra 29,90% em 2021. Já o componente mão de obra registra taxa de 8,02%, muito superior à observada no mesmo período de 2021, de 2,94%, sendo que ainda não abrangeu os acordos de São Paulo.
É importante destacar que a despeito da desaceleração da taxa em 12 meses do grupo Equipamentos e Materiais, os novos aumentos trazem mais preocupação para as empresas. Na comparação com dezembro de 2019, o componente Materiais e Equipamentos registra variação de 54%, enquanto o índice de inflação oficial – o IPCA – subiu 19% até março. Ou seja, os novos reajustes de preços ocorrem em cima de uma base já bastante elevada, pressionando ainda mais os orçamentos.
Isso explica as assinalações na sondagem da Construção que apontam Custo da Matéria-Prima com a maior limitação à melhoria dos negócios.
De todo modo, a taxa 12 meses deve continuar em desaceleração – o aumento da cesta de materiais atingiu em dezembro do ano passado 24,37%.
Matéria publicada no Sinduscon-SP