Os números das Contas Nacionais referentes ao segundo trimestre mostraram que a construção está crescendo acima da média das demais atividades. O resultado é que o setor, intensivo em mão de obra, tem sido um dos grandes impulsionadores do emprego no ano.
De acordo com a PNADC (IBGE), no primeiro semestre de 2022, 7,487 milhões de pessoas estavam ocupadas na construção – número que supera o de ocupados do período pré-pandemia em mais de um milhão de pessoas (+ 1,198 milhão).
Na comparação com o mesmo período de 2021, a construção foi responsável pela geração de 1,6 milhão de novas ocupações no país, o que representou 9,2% do total gerado por todas as atividades. Houve aumento em todas as posições, mas a maior alta ocorreu entre os trabalhadores sem carteira (20,6%). A recuperação do mercado informal revela que o segmento de reformas e obras de autogestão e autoconstrução ainda segue com bastante vigor.
Mas a pesquisa também atesta os impactos da produção formal sobre a geração de empregos – houve crescimento de 17% no número de trabalhadores com carteira em relação ao primeiro semestre de 2021. Por sua vez, o número de pessoas por conta-própria, que representa cerca da metade do total de ocupados no setor – teve aumento de 5,2% na mesma comparação.
Por segmento, houve no segundo trimestre, um crescimento muito expressivo na Infraestrutura, efeito provável das obras em um ano de eleições. No consolidado do semestre, a infraestrutura registra elevação de 28%, enquanto Edificações e Serviços Especializados apresentaram a mesma taxa de 10,8% em relação ao ano de 2021. De todo modo, em números absolutos, os dois segmentos respondem pelo maior número de ocupados.
Os números do CAGED também registram o crescimento dos empregos com carteira. Em julho, o estoque de trabalhadores na construção alcançou 2,569 milhões. No ano, o aumento é de 10,3% em relação a igual período de 2021.
Uma diferença relevante em relação à PNADC ocorre na apuração por segmento. O de Serviços especializados continua à frente dos demais, com alta de 14,2% no ano até julho, na comparação com o mesmo período de 2021, seguido por Edificações com 12,7% e por fim, a Infraestrutura com 3,1%.
Assim, a despeito das diferenças de metodologia, as duas pesquisas apontam na mesma direção, ou seja, mostram o crescimento expressivo do mercado de trabalho como resultado da retomada do setor.
Vale notar que a Sondagem do FGV IBRE mostrou em agosto que a Confiança das empresas voltou a subir, mas também apontou um arrefecimento no ímpeto de contratar. É possível que esse crescimento esteja próximo do seu pico.
Matéria publicada no Sinduscon-SP