Os financiamentos imobiliários com recursos das Cadernetas de Poupança somaram R$ 11,8 bilhões em fevereiro, 18,7% a menos que em janeiro. Na comparação com fevereiro do ano passado, houve redução de 5,1%.
Os dados são da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
No primeiro bimestre de 2022, o montante financiado somou R$ 26,38 bilhões, alta de 6,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
No período de 12 meses, o montante financiado acumulou R$ 207,04 bilhões, alta de 53,1% em relação ao período precedente.
Unidades financiadas
Foram financiados em fevereiro, nas modalidades de aquisição e construção, 52 mil imóveis, resultado 14% menor que o de janeiro. Mas, comparado a fevereiro de 2021, houve alta de 2,5%. E 52 mil foi o maior número de imóveis financiados em um mês de fevereiro.
No primeiro bimestre, foram financiados 112,41 mil imóveis com recursos da Poupança, resultado 6,3% superior ao de igual período de 2021.
Nos 12 meses encerrados em fevereiro, foram financiados 872,98 mil imóveis com recursos das cadernetas, 82,2% a mais que o registrado nos 12 meses anteriores.
Poupança cai
As Cadernetas de Poupança registraram, em fevereiro, captação líquida negativa de R$ 2,44 bilhões.
De acordo com a Abecip, o resultado reflete a sazonalidade comum aos inícios de ano. Em somente 9 dos últimos 28 anos, desde a adoção do Plano Real, foi positiva a captação líquida de fevereiro. Já em 68% dos meses de fevereiro do período, a captação ficou no campo negativo.
Entre as explicações para a prevalência de saídas de recursos nos meses de fevereiro estão, segundo a entidade, a concentração de gastos típicos de início de ano (IPTU, IPVA, despesas escolares etc.), levando o poupador, em muitos casos, a utilizar parte de suas reservas para cobrir despesas inadiáveis.
Na análise da Abecip, em 2022, além do efeito sazonal observado, a pandemia deixou sequelas na economia, traduzidas pelos níveis ainda elevados de desemprego, queda da renda da população, inflação e Selic em alta, com impacto no comportamento dos poupadores.
A entidade observa que a captação líquida de fevereiro, embora negativa, não provocou redução do saldo da poupança, que atingiu R$ 780,1 bilhões naquele mês, com pequena alta de 0,2%, comparativamente a janeiro. Em relação a fevereiro do ano passado, houve leve variação negativa (-0,3%).
Apesar das saídas de recursos nos dois primeiros meses de 2022, o saldo da poupança continua próximo ao recorde de dezembro de 2020 (R$ 801,4 bilhões).
Matéria publicada no Sinduscon-SP