Uma percepção de otimismo moderado em relação ao futuro dos negócios se disseminou entre boa parte dos empresários do setor, segundo registrou o Índice de Confiança da Construção (ICST), ao subir 3,5 pontos em setembro, para 101,7 pontos, maior nível desde novembro de 2012 (102,3 pontos). No ano, o ICST acumula alta de cinco pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 1,4 ponto.
Os dados são do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), com base em informações coletadas junto a 624 empresas, entre os dias 1 e 23 deste mês. A pontuação vai de 0 a 200, indicando otimismo a partir de 100.
Na visão da Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV/Ibre, foi bastante significativa a indicação de melhora do ambiente de negócios do setor. “Vale a ressalva que nem todos os segmentos setoriais avançaram na mesma direção, mas no segmento de Edificações houve uma recuperação importante, que mostra um sentimento de confiança semelhante ao alcançado no início de 2014”, comenta.
De acordo com a economista, o resultado da Sondagem de setembro fortalece as projeções de um crescimento vigoroso para a construção em 2022, impulsionado pelo ciclo de negócios das empresas. “No entanto, os desafios para a continuidade desse crescimento permanecem, ante as fragilidades fiscais, que devem comprometer os investimentos públicos, e a perspectiva da manutenção das taxas de juros elevadas por muito mais tempo”, observou.
Percepção mais favorável
O resultado do ICST em setembro foi influenciado pela melhora das avaliações dos respondentes sobre o momento atual, e mais ainda por suas perspectivas para os próximos meses.
O Índice de Situação Atual (ISA-CST) avançou 1,3 ponto, para 97,7 pontos, maior nível desde janeiro de 2014 (98,3 pontos). A alta do ISA-CST se deve principalmente a uma percepção mais favorável dos empresários sobre a situação atual dos negócios, cujo indicador subiu 1,8 ponto, para 98 pontos. Já o indicador que mede o volume da carteira de contratos aumentou 0,9 ponto, para 97,4 pontos.
O Índice de Expectativas (IE-CST) avançou 5,6 pontos, para 105,7 pontos. Essa alta é resultado de um otimismo em relação a tendência dos negócios nos próximos seis meses e da demanda no curto prazo, cujos indicadores cresceram 8,8 e 2,5 pontos, para 106,1 pontos e 105,3 pontos, respectivamente.
Menos dificuldades com custos
Em setembro, o custo da matéria prima ainda se manteve como a principal limitação à melhoria dos negócios, tendo sido citado por 26,1% dos empresários.
Apesar de ainda se situar em um patamar muito superior ao do período pré-pandemia, este percentual apresenta queda expressiva após alcançar um recorde 40% de assinalações em agosto de 2021. Esta queda reflete o movimento de desaceleração de alta nos preços dos materiais no período.
Utilização da capacidade
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção ficou relativamente estável ao variar 0,3 ponto percentual (p.p), para 78%. O Nuci de Mão de Obra também ficou estável e se manteve em 78,9%. Por sua vez, o Nuci de Máquinas e Equipamento variou 0,5 p.p, para 73,2%.
Matéria publicada no Sinduscon-SP