As construtoras e incorporadoras estão intensificando a contratação de empresas especializadas em obras industrializadas para acelerar o prazo de entrega dos empreendimentos e reduzir os custos. O aumento da mão de obra, causada pela escassez de profissionais da área, também tem alavancado a busca por esse método.
De acordo com a pesquisa "Sondagem da Construção em Sistemas Industrializados", realizado pela FGV/Ibre para a Modern Construction Show, que ocorre em outubro em São Paulo, das 510 empresas ouvidas, 64,5% afirmaram usar esses sistemas.
Dentre elas, 81,5% citaram o prazo de conclusão como uma motivação. O tipo mais utilizado de método industrializado são kits elétricos, que facilitam a instalação dessa etapa da obra, e as estruturas pré-fabricadas de concreto.
Com três fábricas em operação, onde produz as peças de concreto que transporta já prontas aos canteiros, para serem montadas, a Cassol foi contratada para construir parte do Beyond The Club, clube com piscina para surfe que está em obras em São Paulo, no terreno do antigo hotel Transamérica, e que tem entre os sócios o BTG Pactual e a incorporadora KSM.
Felipe Cassol, CEO do negócio, conta que a necessidade de fazer uma obra rápida pesou para a escolha da sua empresa. O clube deve ser inaugurado no ano que vem.
O projeto, contudo, não foi pensado desde o início para receber métodos industrializados na construção. A parte que a Cassol está erguendo é a que pode ser adaptada ao sistema.
"Todo mundo pega obra concebida para ser feita in loco e quer industrializar, mas os arquitetos e engenheiros precisam se adaptar, é mudança cultural", afirma Cassol. O restante do projeto é feito pelo método tradicional. Os dois modelos convivem no canteiro.
Ali, a diferença de movimentação de pessoal é nítida. A obra da Cassol tem uma média de 13 funcionários, 10% do necessário na obra tradicional. A construção, com seis pavimentos e 25,6 mil m², levará 10 meses para ficar pronta. O prazo total da obra é de 23 meses. Os blocos da Cassol são transportados da fábrica em Monte Mor (SP).
A empresa trabalha hoje com metade de sua capacidade instalada, de 21,8 mil m³ ao mês. Para Cassol, uma maior adoção do concreto pré-fabricado no setor residencial ajudaria a fazer o negócio crescer mais. A empresa está em conversas para projetos na área.
"A construção industrialização está para a construção civil como o e-commerce estava para o varejo há 15 anos", afirma o empresário, ressaltando que o setor ainda vai amadurecer no país.
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