Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Especialistas avaliam perspectivas do mercado imobiliário para o 2º semestre

O mercado imobiliário surpreendeu positivamente a economia nacional nos dois primeiros anos de pandemia. No entanto, especialistas já indicam alguns sinais de alerta que podem comprometer esse ciclo de crescimento no segundo semestre de 2022. Dentre eles, aumento do custo da construção, alta na taxa básica de juros e na inflação e eleições presidenciais.

A avaliação foi feita durante o painel “Perspectivas para o Mercado Imobiliário” do 29º Prêmio Top Imobiliário, mediado pelo jornalista Circe Bonatelli, da Agência Estado. O encontro virtual foi realizado pelo Estadão, em parceria com a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp).

Na avaliação da economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, o desempenho do mercado imobiliário nacional no segundo semestre deste ano pode ser comprometido pelo aumento de custo da construção (INCC), além do aumento expressivo de juros.

Segundo Vasconcelos, há um cenário global recheado de incertezas. “Temos uma pandemia que ainda persiste no mundo; um aumento de juros nos Estados Unidos e em várias outras economias; inflação global; economia mundial crescendo menos do que o previsto, e incertezas políticas”, salientou.

De acordo com a economista da CBIC, esse cenário, aliado ao aumento dos juros, já provocou nos resultados iniciais deste ano uma queda de lançamento e de vendas no mercado imobiliário. “E isso pode ocorrer no segundo semestre, se o cenário de custos continuar”, alertou.

Na mesma linha, a coordenadora de projetos da construção da FGV, Ana Maria Castelo, ressaltou que o cenário é desafiador, mas que o setor da construção mostra resiliência.

 Sobre a perspectiva de comportamento dos preços dos imóveis nos próximos meses, diante desse cenário de juros e inflação alta, o pesquisador da Fipe e sócio da Kognita, Eduardo Zylberstajn, salientou que o cenário atual vai afetar o mercado imobiliário, com perda de dinamismo.

No entanto, apontou divergência entre os preços dos imóveis novos e o mercado secundário. “Os imóveis novos são afetados pelo INCC, mas o mercado de imóveis prontos não acompanhou esse aumento”, frisou.

Confiança dos construtores
Apesar desse cenário, Ieda Vasconcelos ressaltou a confiança dos empresários da construção com a perspectiva de melhora do cenário. Com base na Sondagem Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com apoio da CBIC, os construtores têm a expectativa de que nos próximos seis meses esse cenário possa trazer resultados positivos. “A confiança está na demanda por imóveis e esse otimismo significa que eles não vão parar de produzir”, mencionou a economista, ressaltando que o ciclo de produção deve continuar até o próximo ano, o que gera essa expectativa positiva e, apesar do arrefecimento de demanda, ela ainda é consistente.

Já Ana Castelo, disse que pela pesquisa da FGV, a confiança está no nível de neutralidade, mas as expectativas são mais favoráveis do que a percepção do ambiente atual.

“O aumento de custos é um sinal de que há um desequilíbrio entre oferta e demanda e os preços sobem para tentar equilibrar.  Em algum esse aumento de impacto vai chegar no mercado”, Eduardo.

Matéria publicada na Agência CBIC 

Nós usamos cookies para compreender o que o visitante do site da Abcic precisa e melhorar sua experiência como usuário. Ao clicar em “Aceitar” você estará de acordo com o uso desses cookies. Saiba mais!