Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

PIB cresce e construção surpreende no último trimestre

No último trimestre do ano, o PIB voltou a crescer (0,5%) na comparação com o trimestre anterior, feito o ajuste sazonal, o que representa uma superação do patamar do 4º trimestre de 2019 e confirma a recuperação da economia.
O desempenho foi alavancado por Serviços (0,5%), que registrou a sexta alta consecutiva. O setor de serviços foi o que mais sofreu durante a pandemia, com o fechamento dos estabelecimentos de atendimento às famílias (restaurantes, hotéis, cinemas etc). Por sua vez, o avanço da vacinação permitiu a reabertura e retomada das atividades. Mas a recuperação não foi uniforme entre todos os segmentos – Outras Atividades de Serviços, onde estão os restaurantes e hotéis, ainda não recuperaram o patamar pré pandemia.
Nessa comparação, agropecuária também teve expansão (5,8%), após dois trimestres de queda. O destaque negativo foi a indústria, que registrou retração de 1,2%, a terceira consecutiva. A indústria de transformação teve o pior desempenho entre os segmentos industriais, com queda de 2,5% – a quarta seguida, nessa comparação.
No ano, o PIB fechou com alta de 4,6%, o que recupera as perdas de 2020. Na comparação anual, apenas agropecuária, afetada pelas condições climáticas adversas do ano passado teve queda (0,2%). A indústria cresceu 4,5% e Serviços, 4,7%.
Do ponto de vista da demanda, vale destacar o crescimento do consumo das famílias, de 3,6% e dos investimentos, de 17,2%, o que trouxe a taxa de investimentos para 19,2% do PIB.
O resultado do último trimestre gerou um efeito carregamento positivo, muito pequeno, mas ainda assim relevante e pode levar a revisões para cima do crescimento de 2022. Segundo o último Boletim Focus do Bacen, as estimativas para 2022 são de crescimento de 0,3%.
De todo modo ante o crescimento das tensões no mundo em decorrência da guerra na Ucrânia e das sanções à Rússia, as incertezas cresceram muito. Os impactos ainda são imprevisíveis, mas já se observa o forte aumento dos preços do petróleo e das commodities, inclusive metálicas, revertendo o movimento anterior de queda.
Construção
A Construção foi o único segmento industrial com taxa positiva no último trimestre do ano (1,5%) – a sexta alta consecutiva. O resultado contribuiu para mitigar a queda da indústria no período. Assim, a construção terminou com o robusto crescimento de 9,7%, a maior taxa desde 2010, quando o setor registrou expansão de 13,1%. Obviamente são momentos muito diferentes.
Mas o resultado do ano passado mostra que o setor não apenas recuperou a queda, mas ainda superou o patamar pré pandemia: ficou 2,7% acima do PIB de 2019. Lembrando que aquele ano, quando o setor cresceu 1,9%, foi o primeiro de taxa positiva após um ciclo de cinco anos de retração, assim, a construção, ainda se mantém 26% abaixo do pico de 2013.
A taxa positiva do último trimestre gera um efeito carregamento importante para 2022 de 3,8%, ou seja, mesmo que o setor não cresça ao longo do ano, teria um crescimento dessa ordem. Mas sustentar esse resultado será um grande desafio.
Leia a íntegra da análise elaborada pelo FGV/Ibre para o SindusCon-SP aqui.
Matéria publicada no Sinduscon-SP

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