O presidente da ABRAINC, Luiz França, apresentou os resultados consolidados do mercado imobiliário em 2022. As vendas de novos imóveis registraram uma alta de 9,2% em 2022, quando comparado ao período anterior. Ao todo, 156.730 novas unidades foram comercializadas nos 12 meses do ano passado, o maior volume da série histórica do indicador ABRAINC-Fipe, iniciada em 2014.
Durante o ano, o setor foi fortemente impactado pela venda de imóveis de Médio e Alto Padrão (MAP). O segmento somou 46.878 unidades comercializadas e um crescimento de 67,8% em relação ao ano anterior. Do outro lado, o antigo Casa Verde e Amarela (CVA), hoje Minha Casa Minha Vida (MCMV), totalizou 105.826 unidades habitacionais comercializadas e registrou uma oscilação de - 6,4% na comparação com o total de vendas do ano anterior.
Lançamentos
129.432 unidades foram lançadas em 2022, o que representa o segundo maior volume da série histórica da entidade, iniciada em 2014, ficando atrás apenas do resultado de 2021 (153.726 unidades). Do total de lançamentos, 65,8% são do antigo CVA, totalizando 85.180 unidades. Em relação ao MAP, responsável por 34,2% dos lançamentos imobiliários, tivemos 44.247 novas unidades apresentadas.
Distratos
A baixa relação entre distratos e vendas de unidades do MAP é outro ponto a destacar em 2022. No ano, essa relação atingiu o menor patamar da série histórica (9,5%), o que representou uma queda de 1,4 pontos percentuais em relação a 2021. Para efeito de comparação, no fim de 2018, quando foi publicada a Lei nº 13.786/18 (Lei do Distrato Imobiliário), que estabeleceu parâmetros para a resolução de contrato de compra e venda de imóveis por desistência e por inadimplemento das partes, a relação distratos/vendas entre os imóveis de Médio e Alto Padrão era próxima dos 50%.
Expectativas 2023
Na avaliação do presidente da ABRAINC, Luiz França, para que em 2023 o setor siga neste mesmo ritmo de crescimento é importante que o Banco Central realize medidas regulatórias para aumentar a oferta de crédito imobiliário disponível. “Uma possível medida seria o aumento no percentual de recursos da Poupança, que é direcionado obrigatoriamente ao crédito imobiliário, dos atuais 65% para 70%. Também é possível avaliar outras alternativas de estimulo ao financiamento habitacional, como a redução dos juros de credito imobiliário no IRPF”, explica.
Por fim, o executivo acredita que, apesar dos desafios, o mercado imobiliário deve seguir com um bom desempenho neste ano, com indicadores apontando para melhora na renda e consumo dos brasileiros, e o mercado poderá absorver as mudanças do MCMV. “Nossa perspectiva é positiva e alguns dos principais indicadores macroeconômicos do Brasil apontam que podemos ter um bom momento. Em 2022, tivemos um grande volume de vendas e a expectativa é que 2023 tenha um ritmo similar”.
França afirmou ainda que as vendas de imóveis novos nos primeiros meses desse ano (janeiro e fevereiro) têm sido boas e superado as expectativas, mesmo com o custo mais alto do crédito imobiliário.
Matéria publicada na Abrainc