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Vendas de cimento registram queda em julho

Segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), as vendas de cimento em julho registraram queda de 6,8% com relação a igual período de 2021, atingindo 5,5 milhões de toneladas comercializadas.

Ao se analisar o despacho de cimento por dia útil em julho, de 234,5 mil toneladas, há uma queda de 2,6% sobre mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a julho, o recuo foi de 3,3%.

A guerra entre Rússia e Ucrânia, que já dura mais de seis meses, acelerou a elevação dos preços de insumos energéticos, principalmente no coque de petróleo, matéria-prima essencial da indústria do cimento. Isso sem contar com os sucessivos aumentos de energia elétrica, frete, sacaria, gesso e refratários.

No âmbito doméstico, a elevação da Selic para 13,75% desfavorece o acesso ao financiamento habitacional, em razão do aumento da taxa do financiamento imobiliário e da competição com produtos financeiros.

Apesar disso, o anúncio das alterações no programa Casa Verde e Amarela injetaram novo ânimo no setor de imóveis de baixa renda. A extensão do prazo dos financiamentos do programa, hoje de 30 para 35 anos e a liberação do FGTS para o pagamento de parcelas do financiamento, têm potencial de elevar as vendas e lançamentos desse segmento.

A confiança dos consumidores brasileiros voltou a subir em julho, porém a um ritmo menor do que no mês anterior, devido à incerteza em relação à situação financeira das famílias de menor poder aquisitivo. O endividamento estacionou em patamar recorde da série histórica, em 52,7% de todos os rendimentos e o orçamento do brasileiro segue comprometido com itens básicos como alimentação e saúde. Ainda que se vislumbre uma tendência de queda, a inflação permanece em patamares significativamente altos.

O mercado de trabalho voltou a mostrar sinais de recuperação. A taxa de desemprego atingiu 9,3% em junho, menor valor desde o início de 2016. A remuneração apresentou leve alta, porém ainda mais baixa e informal do que antes da pandemia.

Diante de um cenário de instabilidade marcado por elevação nos juros no Brasil, Estados Unidos e Europa, somados ao conflito entre Rússia e Ucrânia e o risco de uma recessão mundial, a indústria do cimento mantem suas expectativas em relação ao desempenho do ano.

“A desaceleração do crescimento global, o aumento das taxas de juros no âmbito nacional e internacional e as incertezas na economia brasileira sinalizam um final de ano pouco otimista para a indústria de cimento, que prevê queda nas vendas em 2022”, avalia Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC.

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Matéria publicada na Grandes Construções

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