Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Produtividade da construção cresce, mas se mantém em níveis baixos

Na contramão da economia em geral, a construção brasileira tem observado crescimento da produtividade desde a segunda metade do ano passado. No primeiro trimestre de 2023, a produtividade da construção, medida pelas horas efetivamente trabalhadas, subiu 2,1%, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, acima da produtividade agregada da economia, que avançou 1,3%, mas por causa do salto na agropecuária.

No terceiro e no quarto trimestre de 2022, enquanto a produtividade agregada caiu 3,3% e 0,9%, respectivamente, a da construção subiu 2,1% e 5,7%. Os dados são do Observatório da Produtividade Regis Bonelli, do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre).

Em um trabalho publicado no blog do FGV Ibre, Castelo, Iuri Viana e Carlos André Vieira observam que a produtividade da produção familiar alcança apenas 20% da produtividade das empresas, de acordo com os dados das Contas Nacionais de 2020.

Mesmo na produção formal - que abrange desde a construção de residências, escritórios, pontes e viadutos inteiros até partes de obras, em serviços especializados como preparação de terrenos, instalações elétricas e hidráulicas e acabamentos - há diferentes níveis de produtividade.

Pelos dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic), do IBGE, a produtividade das empresas da construção diminuiu cerca de 0,37% ao ano entre 2007 e 2021, com quedas em todas as áreas, mas o pior resultado foi dos serviços especializados (-1,2% ao ano), destacam Castelo, Viana e Vieira. Na infraestrutura, a perda de produtividade foi de 0,72% ao ano. Apenas no segmento de edificações houve melhora, ao ritmo de 0,92% ao ano.

“A relação entre produtividade e industrialização no setor é clara, mas há dificuldade de dar um salto qualificado maior. Precisamos ter uma mudança estrutural. O avanço da produtividade da construção no curto prazo foi algo mais conjuntural, que pode sofrer revés”, afirma a pesquisadora.

Além dos juros elevados e da qualificação geral da mão de obra, questões tributárias estão entre os principais entraves para a construção ganhar produtividade, segundo os especialistas.

Leia matéria na íntegra no Valor Econômico

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