A produção e o consumo de cimento estão entre os principais termômetros da economia, funcionam como indicadores antecedentes do ritmo da atividade econômica. As perspectivas não são animadoras. Para este ano, diz o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), Paulo Camillo Penna, o segmento deverá, na melhor das hipóteses, andar de lado, ou seja, ficará estagnado. Isso acontece depois de um processo de recuperação iniciado em 2019. Com os negócios em marcha lenta, a frustração dá as caras.
Entre 2015 e 2018, a indústria de cimento foi ao fundo do poço e está longe de se recuperar do tombo de 27% registrado nesse período. Vinte fábricas de cimento foram fechadas e 11 pararam as máquinas, enquanto a atividade do país desacelera diante da inflação e da taxa básica de juros (Selic), ambas na casa de 12% ao ano.
"Estamos andando de lado, agora. Não dá para dizer que o setor está parando, porque há lançamentos imobiliários em curso. O estoque continua interessante e ainda há uma expectativa de aumento na infraestrutura", avalia Penna, que também preside a Associação Brasileira de Cimento Portland. "Para 2022, a nossa meta é assegurar os ganhos que tivemos de 2019 até agora. Não piorar já vai ser uma vitória. Estamos com uma instabilidade muito grande e uma pressão de custo brutal", diz.
Em relação às eleições deste ano, Penna diz que "ainda é um cenário muito difícil de ser identificado" e que "está tudo muito nebuloso".
Veja os principais trechos da entrevista que Paulo Camillo Penna concedeu ao Correio neste link.