Empresários associados à ABRAINC, ao Secovi-SP e ao SindusCon-SP participaram de reunião de lançamento do Projeto Aliança para redução de GEE (Gases do Efeito Estufa) no setor de construção e incorporação imobiliária.
Na abertura do evento, os presidentes das entidades ressaltaram a necessidade de as empresas se unirem para produzir inventários individuais de emissão de GEE e participarem dos trabalhos para a definição das metas setoriais, e para definir os Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas, medida a ser cumprida por diversos setores da economia com base no Decreto Federal 11.075, de 19 de maio de 2022.
Ely Wertheim, presidente executivo CEO do Secovi-SP, destacou a importância de aportar recursos para os trabalhos técnicos que subsidiarão o entendimento do perfil de emissões do setor e, a partir daí, estabelecer a meta de redução das emissões de CO2. “Temos de nos mobilizar para evitar que essa meta seja arbitrada pelo governo. O momento é de nos unirmos com o propósito de definir e usar o limite correto de emissão. Mas isso tem um custo financeiro.”
O presidente do SindusCon-SP, Odair Senra, destacou a relevância do tema, “ainda desconhecido por muitos”, e enfatizou a oportunidade de se criar um ambiente favorável para a definição de dados comparativos de ESG no setor da construção e incorporação imobiliária. “Isso é bom para a empresa, o Brasil e o mundo.”
Por sua vez, Luiz França, presidente da ABRAINC, lembrou das dificuldades de os bancos tratarem do assunto e criarem índices de emissão de gases do efeito estufa e, assim, se capacitarem, no passado, para o índice Dow Jones de Sustentabilidade. “As metas de emissão de CO2 virão de qualquer forma. Por isso, é fundamental mostrarmos para a sociedade o que estamos fazendo para esta e para as próximas gerações. É certo que se não fizermos nada, todo o segmento vai perder.”
Rodrigo Von, diretor presidente da Plano e Plano e coordenador do Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do SindusCon-SP, falou da importância da plataforma gratuita CECarbon, Calculadora de Consumo Energético e Emissões de Carbono para a Construção Civil. Esta ferramenta desenvolvida pelo SindusCon-SP, a agência alemã GIZ e a Secretaria Nacional da Habitação contribui com a gestão climática e energética do setor da construção civil, por meio da padronização de métricas de dados entre empresas e demais atores da cadeia produtiva da construção civil e imobiliária. “Vamos unir as empresas para chegarmos a padrões de emissão do setor. Estamos atrasados com isso”, opinou.
Vladimir Iszlaji, diretor de Desenvolvimento Urbano da ABRAINC, apresentou o plano de trabalho elaborado pelas entidades, que consiste, basicamente, na contratação de empresa de consultoria, que será responsável por consolidar os indicadores de emissões de GEE do setor, no incremento da ferramenta CECarbon.
O projeto prevê, ainda, a realização de seminários, cursos, workshops e webinars para orientar acerca da realização dos inventários e promover a adoção de soluções para reduzir e mitigar a emissão de GEE; também, desenvolver um plano de comunicação para dar transparência às ações realizadas pelas empresas participantes, além de ampliar o debate junto ao governo.
“Queremos ter, no mínimo, a adesão de 60 empresas do setor, para se chegar a uma amostragem considerável. O ideal, contudo, é conseguir reunir as 120 empresas convidadas neste primeiro momento”, destacou o diretor da ABRAINC.
Francisco Vasconcellos, vice-presidente do SindusCon-SP, e Carlos Borges, vice-presidente de Tecnologia e Sustentabilidade do Secovi-SP, ressaltaram que o projeto busca fomentar o caminho das empresas do setor rumo à uma economia de baixo carbono, e divulgar, de forma estruturada e periódica, as ações decorrentes desse trabalho, demonstrando a proatividade do setor em relação ao tema “mudanças climáticas”.
Matéria publicada na Abrainc