A alta nos custos dos materiais de construção está resultando em desequilíbrio econômico e financeiro nos contratos de obras públicas, além de provocar atrasos e demissões de funcionários. A informação foi divulgada em pesquisa realizada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) com mais de 200 construtoras de diferentes portes e regiões do país. O levantamento abordou três pontos de atenção: o impacto financeiro, o ritmo de execução do empreendimento e a redução de postos de trabalho.
Sobre o impacto financeiro, 41,5% das empresas avaliadas acusaram ter prejuízos de até 40% em seus contratos e 14,5 % apontaram prejuízos de até 60%.
Para 33% dos entrevistados, o ritmo das obras foi reduzido em até 20%. Para 19%, a redução foi de até 40%. Para 14,5%, a redução foi de até 60%. Já 11% das empresas declararam que as obras tiveram de ser paralisadas.
Sobre os postos de trabalho, 29% das construtoras disseram ter reduzido até 20% de suas vagas; 19,3% diminuíram até 40% e 14,5% reduziram em até 60%. Apenas 26% das empresas avaliadas ainda não cortaram postos de trabalho, segundo o estudo.
O presidente da Comissão de Infraestrutura da CBIC, Carlos Eduardo Lima Jorge, explica que, embora o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos de obras públicas seja assegurado pela Constituição Federal e por outras legislações, ele vem sendo prejudicado. “Vem sendo destruído em função das excessivas e imprevisíveis altas nos preços dos insumos da construção. A relutância ou morosidade da administração pública em proceder com as solicitações de reequilíbrio contratual feitas pelas empresas está causando sérios prejuízos para as empresas e para a sociedade”, apontou.
Segundo Lima Jorge, a pesquisa indica que 41,5% das empresas já relatam prejuízos de até 40% em seus contratos com a consequente morosidade no ritmo das obras e com a redução dos postos de trabalho.
Matéria publicada na Agência CBIC