A Abemi (Associação Brasileira de Engenharia Industrial), em conjunto com o Instituto de Engenharia, o Sinicon (Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada-Infraestrutura) e a consultoria Deloitte, trabalha para implantar no Parque Tecnológico de Sorocaba, no estado de São Paulo, o 1º núcleo de engenharia para Construção 4.0 do Brasil.
O ambiente físico do laboratório contará com todos os equipamentos utilizados em canteiros digitais e disponíveis para atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), ensino e testes. O núcleo foi batizado de NECSOR 4.0 e a união dos organismos foi definida pelo presidente da Abemi, Gabriel Aidar Abouchar, como Movimento Brasil 4.0.
Para o dirigente, o núcleo é vital para que a construção de infraestrutura do Brasil se posicione no século 21. “Ele vai nos permitir estruturar e avançar na área de construção de infraestrutura brasileira. As empresas nacionais de engenharia e construção precisam implementar iniciativas como esta para acompanhar ou superar as ações de outros países. Quem não acompanhar essa evolução tecnológica ficará obsoleto”, avalia.
Gabriel Aidar Abouchar também entende que o NECSOR 4.0 estimulará o surgimento de outros núcleos pelo país. “A expectativa é que ele venha a ser o precursor de outros centros inovadores no Brasil e que todos possam, por meio de atividades em redes, contribuir para desenvolver e disseminar mais inovações para a indústria brasileira de engenharia e construção”, completa.
O núcleo de Sorocaba-SP vai se concentrar no desenvolvimento de profissionais especializados em BIM, Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (AR), Inteligência Artificial (AI) e drones. A expectativa é que as instalações comecem a ser construídas ainda em 2021, para que o núcleo entre em operação em 2022.
Projeto está inserido em linhas de crédito financiadas pela Finep e pelo BNDES
Para o presidente do Instituto de Engenharia, Paulo Ferreira, um dos objetivos do NECSOR 4.0 é mudar o perfil da mão de obra que atua na construção civil. “Não dá mais para empilhar tijolos. A tecnologia bate à porta dos canteiros de obras e precisamos de profissionais qualificados. Além disso, o núcleo surge para gerar empregos e melhorar a produtividade”, afirma. A frase do engenheiro civil é reforçada pela coordenadora do centro de excelência da Deloitte, Danielle Ávila. “A Deloitte entra de maneira gratuita no projeto, impulsionada pelo desejo de ajudar a aumentar a produtividade do setor no Brasil”, assegura.
O Parque Tecnológico de Sorocaba, que promove a interação tecnológica entre empresas, startups e universidades, foi escolhido como ponto de partida do NECSOR 4.0 por que já atua dentro do ProEC 4.0 (Programa Brasileiro de Engenharia e Construção Civil 4.0) que conta com o financiamento da Finep e do BNDES. “Existem grandes investimentos previstos para os próximos 10 anos em energia, infraestrutura, saneamento básico, habitação e mobilidade urbana e a construção civil precisa estar preparada para agregar novas tecnologias”, finaliza o diretor de relações institucionais da Abemi, Telmo Ghiorzi.
Matéria publicada no Massa Cinzenta