Concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs) de baixo investimento, obras paralisadas e antecipação de reajuste de contratos fizeram parte da pauta de discussões da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) com o ministro dos Transportes, Renan Filho. De acordo com o presidente da entidade, José Carlos Martins, a agenda foi importante para levar pleitos e sugestões que podem melhorar a qualidade dos serviços prestados na malha rodoviária federal e dar maior previsibilidade ao setor para garantir investimento.
“Levamos pontos para avançar em temas caros para o setor e que precisam de um olhar atento do poder público. Ficou acertado que em breve vamos marcar reuniões técnicas com representantes do ministério para aprofundarmos esses assuntos e certamente vamos contribuir para aumentar a competitividade e atrair investimentos”, disse.
Para Carlos Eduardo Lima Jorge, presidente da Comissão de Infraestrutura da CBIC, presente na reunião, o modelo de concessões de rodovias precisa ser revisitado. Lima Jorge explicou que os trechos grandes licitados não estão despertando atratividade das empresas e vêm apresentando dificuldade de financiamento e operação. “Lotes menores aumentam a competitividade. A ideia é melhorar os serviços prestados na malha rodoviária que, em sua maioria, está em péssimo estado de manutenção. Ampliando a concorrência funciona melhor”, destacou.
Paulo Franzine, conselheiro do Grupo Way Brasil Concessões, também participou da audiência e levou cases de empresas de médio porte que se uniram para manutenção e operação de rodovias. “Uma iniciativa que deu certo para lotes menores, de até 500 quilômetros, mais ou menos. Esse alinhamento das empresas está resultando em uma boa performance nos certames que participam e a entrega bem-sucedida de trechos”, contou.
Obras paralisadas, antecipação de reajuste de contratos e outorga também foram debatidos durante a audiência. A CBIC levou propostas para a retomada de obras paradas e ressaltou a importância de se compreender os motivos que geraram o abandono dessas obras e atuar de forma pontual para que novos programas já venham com avanços. “Obra paralisada é custo para o cidadão que paga em forma de impostos e não tem o serviço em contrapartida. Ou seja, é um prejuízo social duplo. Nosso intuito foi levar esse olhar ao ministro, que de pronto disse que a pasta está estudando todas essas questões para aprimorar seus programas”, frisou José Carlos Martins.
Matéria publicada na Agência CBIC