Em agosto, os empresários da indústria da construção seguem confiantes, mas de forma menos intensa e disseminada do que em julho. É o que revela o Índice de Confiança do Empresário da Indústria (Icei) da Construção, ao recuar 0,5 ponto, passando para 51,3 pontos.
O indicador é da CNI (Confederação Nacional da Indústria), com base em informações de 318 empresas, sendo 123 pequenas, 125 médias e 70 grandes, coletadas entre 1 a 9 de agosto. A pontuação vai de 0 a 100, denotando confiança ou otimismo a partir de 50.
A queda do Icei da Construção está relacionada principalmente à piora das expectativas, já que a avaliação das condições correntes melhorou. O Índice de Condições Atuais, que mensura a percepção dos empresários acerca das condições correntes da economia brasileira e da empresa, subiu 1,9 ponto, passando para 47,4 pontos, mas ainda se situando abaixo dos 50 pontos.
A avaliação das condições correntes da empresa melhorou, com o indicador cruzando a linha divisória dos 50 pontos em agosto. A avaliação das condições correntes com relação à economia brasileira também apresentou avanço, mas continuou abaixo dos 50 pontos.
Expectativas
Já o Índice de Expectativas, que mede as perspectivas dos empresários acerca da própria empresa e da economia brasileira, recuou 1,7 ponto na passagem de julho para agosto de 2024. Apesar da queda, o índice ainda se encontra acima da linha divisória dos 50 pontos, indicando que as perspectivas seguem favoráveis, ainda que menos otimistas e disseminadas. As expectativas com relação à economia brasileira apresentaram ligeiro avanço, mas o índice continua abaixo da linha divisória dos 50 pontos. Já as expectativas com relação à empresa recuaram, porém o índice segue em patamar bem acima dos 50 pontos.
Os empresários da construção seguem com expectativas positivas – com resultados acima dos 50 pontos – para todos os indicadores analisados. Contudo, na comparação com o mês anterior, esse otimismo se apresenta de forma menos intensa e disseminada, com queda do indicador para o nível de atividade, para novos empreendimentos e serviços e para a compra de insumos e matérias-primas. Já a expectativa para o número de empregados não registrou mudança frente a julho.
O índice de expectativa em relação ao nível de atividade caiu 2,2 pontos em agosto, a maior queda dentre os índices – e ficou em 52,4 pontos. O índice de expectativa de novos empreendimentos e serviços passou para 50,9 pontos, aproximando-se da linha divisória dos 50 pontos com a queda de 1,5 ponto. O índice de expectativa de compras de insumos e matérias-primas recuou 1,9 ponto, ficando em 51,1 pontos.
Já o índice de expectativa do número de empregados apresentou estabilidade, com ligeiro avanço de 0,1 ponto, passando para 52 pontos.
Queda na intenção de investir
O índice de intenção de investimento do setor apresentou queda de 1,9 pontos, passando de 46,6 pontos para 44,7 pontos. Esse resultado é inferior ao registrado em agosto de 2023 e agosto de 2022, quando o indicador foi de 45,9 pontos em ambos os casos.
Apesar disso, o índice permaneceu acima da média histórica, de 37,6 pontos.
Atividade e emprego estáveis
Em julho, o índice do nível de atividade avançou 0,2 ponto, ficando em 50,1 pontos. O resultado foi superior ao usual para o mês de julho e interrompeu uma sequência de vinte meses registrando valores abaixo de 50 pontos.
Já o índice do número de empregados ficou em 49,8 pontos, mostrando avanço de 1 ponto. O índice ficou praticamente sobre a linha divisória dos 50 pontos, o que sinaliza estabilidade do emprego. O índice de evolução do número de empregados em julho superior ao usual para o mês, visto que era esperada queda para o período.
Capacidade Operacional cai
Em julho de 2024, a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) foi de 67%, indicando queda de 1 ponto percentual. A UCO apresentou resultado abaixo do registrado em julho de 2023 e julho de 2022 – meses em que o índice ficou em 68%.
Matéria publicada no Sinduscon-SP