Aumentar a participação das mulheres no mercado de trabalho e nos espaços políticos é uma meta global para garantir a equidade de gênero e um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) apontam que há mais de 199 mil mulheres ativas na profissão, cerca de 19% do total. Apesar da participação ainda tímida das mulheres no mercado de trabalho do setor, no meio acadêmico, a presença feminina vem crescendo nas graduações em Engenharia. “Se olharmos para as escolas, academia, cursos de Arquitetura e de Engenharia, vamos nos surpreender e constatar que o maior número hoje é de mulheres nessas turmas. Eu tenho absoluta certeza que em pouco tempo esse quadro da participação da mulher na construção civil será revertido”, afirmou a presidente da Comissão de Responsabilidade Social (CRS) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ana Cláudia Gomes.
A engenheira civil especialista em BIM (Building Information Modeling), Daniele Ramos do Nascimento, reiterou o crescimento da participação da mulher em vários contextos sociais e também na engenharia. Contudo, de acordo com ela, ainda existem obstáculos. “Infelizmente, existem algumas barreiras expressas e outras veladas para a entrada e permanência na engenharia. Elas vão desde processos seletivos enviesados, exclusão da mulher no próprio ambiente de trabalho, presunção de que a mulher não pode ocupar alguns cargos, até a declaração de certos gestores de que preferem trabalhar com homem”, destacou.
Para Daniele, iniciativas como a da CBIC são essenciais para transformar essa realidade e ser uma ferramenta de educação para a quebra dos paradigmas. A engenheira também defende que as pautas de inclusão e diversidade são urgentes e podem, inclusive, ser lucrativas para as empresas
Ana Cláudia enfatizou que existe um aumento na participação das mulheres na construção civil, mas ainda é um movimento lento. “A CBIC está atenta a toda e qualquer oportunidade para ajudar a aumentar a participação da mulher nesse mercado. Mais mulheres têm assumido posições estratégicas e contribuído de forma diferenciada para o setor. A indústria da construção só tem a ganhar com isso”, concluiu.
De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), de 2006 a 2019, o número de trabalhadoras formais nas mais diversas áreas da indústria da construção cresceu 98%, passando de 108 mil para 214 mil.
Matéria publicada no G1