A competitividade e o futuro da construção no Brasil foram temas de reunião da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin.
De acordo com o presidente da CBIC, Renato Correia, foram tratados os principais gargalos e demandas do setor. Correia afirmou que será estabelecida uma periodicidade de encontros com o Ministério para promover ações que possam melhorar a eficiência e a produtividade do setor. “O vice-presidente reconhece a importância social do setor da construção. A agenda foi positiva e vimos que podemos contar com ele e sua equipe. Tanto que será construída uma agenda periódica para tratarmos de forma objetiva sobre avanços do setor em relação à competitividade e eficiência da construção”, contou.
O Projeto Construção 2030 foi uma das pautas do encontro. De acordo com o presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade da CBIC, Dionyzio Klavdianos, foram abordadas estratégias para acelerar o processo de inovação do setor. “Falamos sobre as barreiras para industrialização do setor, inovação e modelos de negócios que podem impulsionar esse processo. Foi uma conversa muito importante e tivemos o compromisso de engajar outros atores públicos, de outros ministérios, em torno desse importante tema que é o futuro da construção”, disse.
Para garantir a competitividade do setor, o presidente da CBIC relatou pontos que exigem atenção do poder público, como a proteção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que é a principal fonte de recursos para investimento em habitação, saneamento e mobilidade urbana. Segundo Correia, a construção está preocupada com a Ação Direta de Inconstitucionalidade 5090, em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), que trata da Taxa Referencial (TR) como índice de correção do Fundo, além do saque-aniversário concomitante com o saque demissão, que compromete o FGTS e impacta programas voltados para infraestrutura e habitação de interesse social.
Foi demonstrada ainda, durante a audiência, a preocupação do setor com o movimento da siderurgia em aumentar as taxas de importação de aço, cujo resultado, segundo a construção, será o aumento do preço do insumo no mercado interno, o que pode pressionar a inflação e reduzir a velocidade da redução dos juros, ocasionando a perda de renda e desemprego.
Outros temas como desburocratização, licenciamento ambiental, reforma tributária e concessões de rodovias também foram destacados durante a reunião. “Tratamos da competitividade da construção civil. Entregamos um material técnico, com dados e informações ao vice-presidente. Nossa intenção foi trazer as preocupações e os principais gargalos da competividade da construção, como simplificação, reforma tributária, legislações. O setor trabalha para melhorar a qualidade de vida no país e é fundamental a parceria com o poder público, para ampliarmos os benefícios que chegam a cada brasileiro”, concluiu Renato Correia.
Também participaram da agenda o vice-presidente Relações Institucionais e Governamentais da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Cícero Araújo; o coordenador de Relações Institucionais da CBIC, Luis Henrique Cidade; o assessor legislativo do Secovi-SP, Pedro Krähenbühl; o diretor de Assuntos Econômicos e Sociais da vice-presidência da República, Pedro Fernando Nery; e o diretor do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Bens de Consumo Não Duráveis e Semiduráveis do MDIC, Rafael Ramos Codeço.
Matéria publicada na Agência CBIC