Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Concreto predomina em prédios superaltos depois do 11/9

Após o ataque de 11 de setembro de 2001 às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York-EUA, imaginou-se que os projetos de edifícios superaltos – aqueles com 200 m ou mais de altura – seriam interrompidos. Mas aconteceu um efeito contrário.

O mais recente relatório do Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano (Council on Tall Buildings and Urban Habitat – CTBUH) mostra que o 11 de setembro desencadeou um crescimento impressionante de arranha-céus. Atualmente, 84% dos grandes edifícios existentes no mundo foram construídos depois de 2001.  

Nesses 20 anos, os Estados Unidos também perderam o monopólio dos projetos de megatorres. Eles migraram principalmente para a Ásia e o Oriente Médio. Outro dado apontado pelo relatório do CTBUH é que, após 2001, apenas 9% dos edifícios superaltos foram construídos exclusivamente com estruturas de aço. O concreto tornou-se o material predominante em 53% dos projetos, enquanto as estruturas mistas (concreto+aço (37,5%), aço+madeira (0,3%) e concreto+madeira (0,2%) prevalecem em 38% das construções após o 11 de setembro. 

Em 2008, foi publicado pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos (National Institute of Standards and Technology) as causas oficiais da queda das torres gêmeas. O documento foi elaborado pelo engenheiro civil Eduardo Kausel, professor-emérito do departamento de engenharia civil do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Em um dos capítulos, o especialista cita que o padrão de construção de prédios superaltos no século 20 era basicamente o mesmo em todo o mundo: fundações de concreto, núcleo central de aço, vigas e pilares de aço e lajes de concreto. 

Significa dizer que as estruturas metálicas predominaram em quase 100% das construções de arranha-céus no século passado. Com o atentado ao World Trade Center, esse paradigma foi literalmente por terra e começou a era das megatorres de concreto. O professor Roberto Chust Carvalho, especialista em estruturas da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) explica o porquê dessa mudança. “O que causou a queda do WTC foram as altas temperaturas a que ficaram expostas as soldas das estruturas de aço. Por isso, nos projetos dos arranha-céus que foram construídos depois de 2001, estruturas à base de concreto foram privilegiadas. O concreto, em caso de incêndio, não derrete”, resume. 

Curiosidades sobre os prédios superaltos após o 11 de setembro 
– Até 11 de setembro de 2001, havia 285 edifícios com 200 metros ou mais de altura no mundo. Hoje, são mais 1.750.
– Se o World Trade Center ainda estivesse de pé, seria o 31º edifício mais alto do mundo atualmente.
– Antes de 2001, 49% de todos os edifícios superaltos do mundo estavam localizados nos Estados Unidos. Hoje, 15% estão em território norte-americano.
– Até 2001, 80% dos arranha-céus com mais de 200 metros foram construídos como escritórios. Atualmente, 46% são prédios corporativos, 25% são residenciais, 24% são edifícios com operação mista (corporativo e residencial), 4% são hotéis e 1% sedia organizações educacionais.
– Hoje em dia são construídos, em média, 112 arranha-céus por ano no mundo.

Matéria publicada no Massa Cinzenta 
 

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