O Índice de Confiança da Construção (ICST) caiu 3,9 pontos em janeiro, para 92,8 pontos – o menor nível desde junho de 2021 (92,4 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 1,1 ponto.
Os dados são da Sondagem da Construção do FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), com base em informações de 579 empresas, coletadas entre os dias 3 e 24 deste mês. A pontuação vai de 0 a 200, denotando otimismo a partir de 100.
De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV/Ibre, em dezembro a alta da confiança das empresas da construção havia destoado da percepção mais negativa que prevaleceu nos demais setores. Agora em janeiro, houve uma forte correção, com o indicador revelando um pessimismo mais acentuado em relação à demanda prevista para os próximos meses.
“Certamente o ambiente de mais incertezas com a evolução da pandemia e de taxas de juros maiores deve ter contribuído para a reversão do humor. A retomada da construção havia ganhado fôlego em 2021 com o desempenho positivo do mercado imobiliário: vendas e lançamentos cresceram impulsionados por taxas de crédito, que em agosto atingiram um piso histórico. A mudança de cenário terá impactos sobre os novos negócios em 2022”, observa Ana Castelo.
A queda do ICST no mês resultou da piora da percepção dos empresários sobre o momento atual e das expectativas em relação aos próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) caiu 2,1 pontos, para 90,7 pontos, menor nível desde julho do ano passado (89,4 pontos). A queda do ISA-CST foi influenciada tanto pela piora do indicador de carteira de contratos, que recuou 2,4 pontos, para 91,4 pontos, como pela piora do indicador que mede a situação atual dos negócios, que recuou 1,9 ponto, para 90,1 pontos. Ambos retornaram ao menor nível desde julho de 2021.
O Índice de Expectativas (IE-CST) caiu 5,8 pontos, para 95 pontos, menor nível desde maio do ano passado (89,9 pontos) e voltou a patamar inferior ao nível neutro. Esse resultado se deve a uma deterioração das perspectivas sobre a demanda nos próximos meses. O indicador que mede a demanda prevista recuou 6,6 pontos para 96,4 pontos, e o indicador que projeta a tendência dos negócios nos próximos seis meses diminuiu 4,9 pontos, para 93,6 pontos, menor nível desde maio de 2021 (90,5 pontos).
Atividade
O indicador de evolução recente da atividade também registrou queda em janeiro. No entanto, ainda se mantém acima de 100: desde julho de 2021, há mais empresas da construção que reportam crescimento da atividade do que diminuição. A despeito da queda mensal do indicador consolidado, houve aumento das assinalações de crescimento em dois importantes segmentos: edificações residenciais e obras viárias.
“Esse movimento reflete um ciclo de obras que ainda deve repercutir positivamente ao longo do ano”, observou Ana Castelo.
Utilização da capacidade
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção recuou 1,5 ponto percentual (p.p.), para 74,9%. O Nuci de Mão de Obra e Nuci de Máquinas e Equipamentos contribuíram negativamente, com variações de -1,2 e -1,1 p.p., para 76,3 %e 68,7%.
Matéria publicada no Sinduscon-SP