O Índice de Confiança do Empresário (Icei) da indústria de construção manteve-se praticamente estável em abril, com ligeira elevação de 0,2 ponto, para 55,5 pontos. O dado é da Sondagem da Indústria da Construção realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com apoio da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).
A pontuação vai de 0 a 100, denotando otimismo acima de 50. Foram coletados dados de 407 empresas, sendo 148 pequeno porte, 175 médio porte e 84 de grande porte, de 1 a 11 de abril.
A percepção dos empresários do setor em relação às condições correntes de seus negócios foi discretamente mais pessimista em abril. O índice de Condições Atuais caiu 0,7 ponto, para 48,4 pontos.
O recuo é influenciado pela piora do índice de Condições Atuais da economia brasileira, que caiu 3 pontos, de 48 pontos para 45 pontos. O índice de Condições Atuais da empresa aumentou 0,4 ponto, para 50,1 pontos.
Já o Índice de Expectativas subiu 0,6 ponto, para 59 pontos. O indicador de expectativa do empresário em relação ao nível de atividade subiu 1,8 ponto, para 58,1 pontos. O índice de expectativa de compra de insumos e matérias-primas aumentou 1,2 ponto, para 57,1 pontos.
O indicador de expectativa de novos empreendimentos e serviços avançou 1,7 ponto, para 56,5 pontos, enquanto o índice de expectativa do número de empregados também registrou expansão de 1,7 ponto, para 56,7 pontos.
Já o índice de intenção de investimento da indústria da construção caiu 1,8 ponto, para 42,8 pontos. Apesar da queda, o indicador de intenção de investir segue acima da média histórica desde agosto de 2020.
Atividade avança
Em março, o índice do nível de atividade ficou em 51,3 pontos. O indicador não apresentava valor acima dos 50 pontos para o mês de março desde 2012, quando registrou 51,5 pontos.
O índice do número de empregados ficou em 50 pontos. O valor é o maior para março desde 2012, quando registrou 51,7 pontos.
No mês passado, a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) subiu 3 pontos percentuais na comparação com fevereiro, de 65% para 68%. É o maior percentual desde julho 2014 (69%), indicando que a atividade do setor segue aquecida.
Juros preocupam
Em resposta de múltiplas assinalações, a falta ou alto custo das matérias-primas continuava sendo o principal problema enfrentado pela indústria da construção no primeiro trimestre, embora o percentual de empresas a apontar esse problema venha caindo ao longo dos últimos quatro trimestres. O segundo problema com mais assinalações entre as empresas foi a elevada taxa de juros.
Elevada carga tributária e burocracia excessiva receberam assinalações como terceiro e quarto problemas, respectivamente.
A falta ou alto custo de trabalhador qualificado foi o quinto problema com maior percentual de assinalações, o mais alto desde o primeiro trimestre de 2015.
Condições financeiras
O índice de preço médio dos insumos subiu 5,1 pontos, para 75,1 pontos, no primeiro trimestre de 2022 frente ao quarto de 2021, indicando aceleração no aumento dos preços.
O índice de satisfação com as condições financeiras caiu 1,1 ponto entre o primeiro trimestre de 2022 e o quarto trimestre de 2021 (de 45,8 pontos para 44,7 pontos), um movimento usual para o período.
O índice de satisfação com a margem de lucro recuou 0,9 ponto no primeiro trimestre de 2022 com relação ao quarto trimestre de 2021 (de 42,5 pontos para 41,6 pontos), também um movimento habitual para o período. Contudo, o valor do primeiro trimestre é o maior registrado desde 2014, considerando igual período, quando também se situou em 41,6 pontos.
O índice de facilidade de acesso ao crédito cresceu 1,8 ponto, para 39,3 pontos.
Matéria publicada no Sinduscon-SP