A confiança dos empresários da indústria da construção registrou ligeira queda em outubro, porém ainda se manteve no nível do otimismo moderado. É o que revela a Sondagem da Construção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre).
O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 0,8 ponto em outubro, para 100,9 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou pelo terceiro mês seguido; desta vez, a alta foi de 1,4 ponto. A pontuação vai de 0 a 200, denotando otimismo a partir de 100. A Sondagem coletou informações de 625 empresas entre os dias 3 e 24 de outubro.
De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV/Ibre, a queda na confiança em outubro deveu-se fundamentalmente a uma correção das expectativas, mas mantendo-se em um patamar que ainda denota otimismo em relação aos negócios nos próximos meses.
“O indicador que mede a evolução recente das atividades se mantém acima da neutralidade desde junho do ano passado, refletindo o maior aquecimento do setor, que tem se traduzido na geração de novos empregos pelas empresas. Vale notar que a percepção em relação a situação corrente dos negócios registrou a quinta melhora consecutiva e, dessa forma, recuperou o patamar do início de 2014. O destaque foi a alta no quesito carteira de contratos das construtoras, o que sinaliza uma continuidade desse crescimento”, destacou a economista.
Ajuste nas expectativas
Em outubro, a queda do ICST resultou exclusivamente do declínio das perspectivas em relação aos próximos meses. O Índice de Expectativas (IE-CST) caiu 2,5 pontos, para 103,2 pontos. Essa queda foi influenciada tanto pela queda do indicador de demanda prevista – que declinou 2,5 pontos, para 102,8 pontos –, quanto pelo menor otimismo em relação ao indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses – que caiu 2,6 pontos, para 103,5 pontos.
Já o Índice de Situação Atual (ISA-CST) avançou 0,9 ponto, para 98,6 pontos, maior nível desde dezembro de 2013 (99,1 pontos). A alta do ISA-CST se deve à percepção mais favorável dos empresários sobre o indicador que mede o volume de carteira de contratos, que subiu 3,1 pontos, para 100,5 pontos. Por sua vez, o indicador que mede a situação atual dos negócios recuou 1,4 ponto, para 96,6 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção caiu 0,9 ponto percentual (p.p), para 77,1%. Os Nucis de Mão de Obra e de Máquinas e Equipamentos caíram 0,7 e 1,3 p.p, para 78,2% e 71,9%, respectivamente.
Mercado de trabalho
O ciclo de crescimento do setor tem se traduzido no mercado de trabalho, que desde 2020 se mantém como um importante gerador de novos postos. De acordo com a Sondagem, em outubro as empresas continuaram sinalizando a melhora nos próximos meses: o indicador de emprego previsto subiu para 103,4 pontos; tem se mantido acima do nível de neutralidade há sete meses, e cresceu tanto na comparação com setembro quanto com outubro de 2021.
Matéria publicada no Sinduscon-SP