O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 0,9 ponto em fevereiro, para 93,7 pontos, após ter caído no mês passado. A alta mensal não recuperou a perda de janeiro e manteve o indicador no patamar de pessimismo moderado. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 0,5 ponto.
Este é um dos resultados da Sondagem da Construção realizada pelo FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), com informações de 591 empresas, coletadas entre 1 e 21 de fevereiro. A pontuação vai de 0 a 200, denotando otimismo acima de 100.
De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV/Ibre, como não houve grandes mudanças no cenário setorial entre janeiro e fevereiro, a alta da confiança no mês surpreendeu por refletir expectativas de curto prazo mais favoráveis.
“Houve a percepção de que o pessimismo do mês anterior foi exagerado e agora o indicador retorna a um patamar que aponta cautela com a evolução da demanda nos próximos meses. O fato é que as empresas vivem um cenário de muita incerteza: juros e custos em elevação aumentam a imprevisibilidade para o setor. Provavelmente ao longo do ano, essas oscilações da confiança deverão ser recorrentes”, afirma a economista.
Expectativas melhores
Em fevereiro, a alta do ICST resultou na melhora das expectativas em relação aos próximos meses, enquanto a avaliação sobre o momento atual piorou. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) caiu 0,8 ponto, para 89,9 pontos, menor nível desde julho do ano passado (89,4 pontos).
A queda do ISA-CST foi influenciada principalmente pela piora do indicador de carteira de contratos, que recuou 1,4 ponto, para 90 pontos, menor desde junho de 2021 (86,6 pontos). Já o indicador que mede a situação atual dos negócios caiu 0,2 ponto, para 89,9 pontos.
O Índice de Expectativas (IE-CST) avançou 2,7 pontos, para 97,7 pontos, a primeira alta do ano, a qual não foi suficiente para devolver toda a queda registrada no mês passado. Esse resultado se deve à melhora das perspectivas sobre a demanda nos próximos meses.
O indicador que mede a demanda prevista subiu 4,7 pontos, para 101,1 pontos, e o indicador que mede a tendência dos negócios nos próximos seis meses variou 0,6 ponto, para 94,2 pontos.
Dificuldades com custos
Depois de alcançar um percentual recorde de assinalações em agosto de 2021 (40,3%), as dificuldades com o custo das matérias-primas haviam começado a se reduzir, o que refletiu a desaceleração das altas dos preços dos insumos – as assinalações caíram para 26,9% em janeiro.
“No entanto, o movimento voltou a se inverter e a preocupar as empresas – em fevereiro, 31,9% das empresas apontaram custos como uma importante limitação, percentual muito próximo ao de demanda insuficiente (32,5%)”, observa Ana Castelo.
Utilização da capacidade
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção aumentou 0,3 ponto percentual (p.p.), para 75,2%. O Nuci de Mão de Obra e Nuci de Máquinas e Equipamento contribuíram positivamente, com variações de 0,3 e 0,5 p.p., para 76,6 %e 69,2%.
Matéria publicada no Sinduscon-SP