O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou novamente em agosto: a queda foi de 1,1 ponto, para 91,6 pontos, menor nível desde maio de 2021 (87,4 pontos). Na média móvel trimestral, o índice retraiu 0,6 ponto.
O indicador é do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), com base em informações coletadas junto a 665 empresas, entre os dias 1 e 22 de agosto.
Segundo Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre, “o ciclo de negócios recente, seja no mercado imobiliário ou na infraestrutura, em princípio, garantiria um ano de crescimento robusto para o setor. No entanto, houve piora no indicador de evolução recente da atividade – as assinalações de queda superaram as de crescimento. O pessimismo com a demanda, que também aumentou, está repercutindo na intenção de contratar nos próximos meses.”
Para a economista, “a escassez de mão de obra qualificada permanece como a principal limitação atual dos negócios, o que indica que a atividade se mantém aquecida. No entanto, assinalações de problemas de acesso ao crédito ganharam relevância nos últimos meses. Assim, o resultado da Sondagem de agosto sugere que esse cenário de crescimento robusto pode mudar a partir da decisão das empresas de adiar início de obras ou alongar o ciclo produtivo.”
A queda no Indicador de Confiança foi bastante disseminada, mas não alcançou todos os segmentos. Preparação de Terrenos destacou-se com o pior resultado no mês e no trimestre, refletindo a queda na avaliação da situação atual e expressiva piora nas expectativas. “O movimento do segmento, que é antecedente ao ciclo de obras, pode, de fato, estar sinalizando uma redução no ritmo de novas obras nos próximos meses”, observou Ana Castelo.
Situação atual e expectativas
Em agosto, a queda da confiança foi influenciada por ambos os indicadores que compõem o ICST: o Índice de Situação Atual (ISA-CST) e o Índice de Expectativas (IE-CST). O ISA-CST cedeu 0,4 ponto, para 92,1 pontos. O IE-CST caiu 1,6 ponto, atingindo 91,4 pontos, menor nível desde maio de 2021 (89,1 pontos).
Entre os componentes do ISA-CST, tivemos variações em sentidos opostos: o indicador de situação atual dos negócios recuou 1,1 ponto, alcançando 90,9 pontos, enquanto o indicador de volume de carteira de contratos avançou 0,3 ponto, para 93,3 pontos. Pela ótica do IE-CST, ambos componentes recuaram: o indicador de demanda prevista nos próximos três meses caiu de 1,5 ponto, para 92,8 pontos, e o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses retraiu 1,8 ponto, chegando aos 89,9 pontos.
Capacidade Instalada
O Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) da construção ficou estável em agosto e se manteve em 78,2%.
O Nuci de Mão de Obra variou -0,3 ponto percentual, para 79,6%, enquanto o de Máquinas e Equipamentos aumentou 1,1 ponto percentual, para 73,3%.
Matéria publicada no Sinduscon-SP