O crescimento da economia e da geração de emprego, o arrefecimento da inflação, a melhora da relação entre o Planalto e o Congresso, e o início do ciclo de redução da taxa básica de juros abrem perspectivas favoráveis para o desenvolvimento nacional.
Ainda há questões cruciais a serem resolvidas, como o equilíbrio das contas públicas. O arcabouço fiscal por si só não dará certo se o governo não calibrar rigorosamente seus gastos.
De qualquer forma, as incertezas se reduziram e a confiança dos agentes econômicos tem melhorado. A indústria da construção registrou uma atividade significativa no primeiro semestre. Com a volta do programa Minha Casa, Minha Vida, o próximo lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento e no aguardo da futura redução dos juros nos financiamentos imobiliários, o setor prepara projetos que resultarão em mais obras e empregos em 2024, resultando em aumento significativo da arrecadação.
Entretanto, nas últimas semanas a indústria da construção tem sido surpreendida pela tentativa de aumentos expressivos de preços, por parte de alguns de seus fornecedores de insumos básicos. As construtoras têm resistido em sancionar estes aumentos, que impactam negativamente em seus custos e vão na contramão do bem sucedido controle da inflação ocorrido até este momento.
Esses aumentos também colocam em risco a obtenção de resultados dos programas que União, Estados e Municípios realizam, de estímulo à habitação e à expansão da infraestrutura. Repassar os aumentos aos preços das obras nestes programas ou aos adquirentes de imóveis é impraticável.
Espera-se dos fabricantes de insumos uma revisão de suas estratégias de preços. Um lucro momentâneo agora poderá se revelar prejudicial ao conjunto maior do crescimento da construção e da arrecadação no futuro.
Matéria publicada no Sinduscon-SP