Em palestra no Ense (Encontro Nacional dos Seconcis), Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, discorreu sobre o desempenho atual da construção e as perspectivas para o setor em 2023. Ele previu que o PIB da construção em 2022 deva crescer acima do percentual da última estimativa, de 6,1%, feita em agosto, e terá novo crescimento em 2023, sem ainda estimar em qual percentual. Para tanto, prosseguiu, contribuirão as obras derivadas dos novos lançamentos imobiliários, a desaceleração do custo da construção, a aquisição de imóveis como um ativo seguro e os investimentos privados em infraestrutura.
Em contrapartida, advertiu que no próximo ano será necessário enfrentar desafios como o aumento do endividamento das famílias, menor atividade econômica e queda da renda real e dos investimentos. O relatório Focus do Banco Central prevê uma elevação de apenas 0,59% para o PIB em 2023.
Zaidan também elencou os desafios conjunturais a serem enfrentados no ano que vem: persistência das tensões globais, desaceleração da economia mundial, encarecimento de commodities energéticas e aumento do déficit fiscal doméstico.
Em contrapartida, acrescentou, teremos menos inflação, ligeiro aumento da renda, taxa de juros menos elevada e diminuição dos preços das commodities não energéticas.
Para o vice-presidente, estes cenários se manterão, independentemente do governo eleito. O ano de 2023 será difícil e exigirá do governo federal “juízo fiscal” e investimentos que tragam produtividade, segundo ele. Destacou ainda a persistência de dificuldades como a baixa produtividade –decorrente da falta de uma boa educação –, problemas de infraestrutura e logística, e a elevada carga tributária. E lamentou o encolhimento da indústria, setor que, a seu ver, deveria crescer e gerar empregos de qualidade, sustentando o crescimento econômico do país.
Matéria publicada no Sinduscon-SP