Em novembro, o INCC-M desacelerou, passando de 0,20% para 0,10%, o que trouxe a taxa acumulada em 12 meses para 3,33%. A principal contribuição para a menor variação mensal veio do componente Materiais e Equipamentos, que registrou queda, de 0,17%.
O movimento de deflação foi bem disseminado – três dos quatro subgrupos componentes tiveram decréscimo em suas taxas de variação, com destaque para “materiais para instalação”, cuja taxa passou de 0,12% para -1,24%. Entre os insumos, os tubos de PVC e os vergalhões com taxas de -4,06% e -1,14%, respectivamente, lideraram a relação das contribuições negativas. Assim, em 12 meses a cesta de materiais mantém a taxa negativa, alcançando 0,32%.
Vale notar que na comparação com novembro de 2019, os vergalhões ainda acumulam alta de 65% e o INCC-M Materiais e Equipamentos, de 57%.
O componente Serviços – que compreende aluguéis, taxas e projetos – também teve desaceleração ao passar de 0,79% para 0,39%, mas acumula variação acima da média do INCC consolidado, alcançando 7,19% em 12 meses.
Por fim, a mão de obra, com taxa mensal de 0,42% em novembro, ante um aumento de 0,29% em outubro, registra variação em 12 meses de 6,53%, mantendo-se acima do IPCA. O IPCA até outubro tinha elevação de 4,82%. No entanto, na comparação com novembro de 2019, a mão de obra tem alta abaixo da observada pelos dois componentes do INCC, com taxa de 31%.
Os componentes regionais apontam desempenho distintos, com algumas capitais como São Paulo registrando taxa abaixo da média nacional.
Enfim, depois da forte elevação observada no período da pandemia, os custos setoriais acompanhados pelo INCC mostram que parte da alta do período foi devolvida, mas na comparação com a fase anterior (2019), os preços em média estão mais altos.
Para 2024, vale notar que o cenário geopolítico mundial ainda está carregado de muitas incertezas. De todo modo, as guerras que continuam atingindo as regiões vêm tendo menor impacto sobre preço das commodities metálicas e energéticas. Tem prevalecido o desaquecimento das economias desenvolvidas e chinesa, um cenário que deve se prolongar por 2024.
Assim, se não houver alguma nova crise, as perspectivas que se desenham para 2024 para os custos dos materiais são semelhantes a 2023. No que diz respeito à mão de obra, as influências domésticas se sobrepõem. Atualmente, o boletim Focus aponta alta de 3,91% para a inflação. A dinâmica final do componente mão de obra dependerá muito do maior ou menor aquecimento do mercado de trabalho.
Matéria publicada no Sinduscon-SP