Com a alta dos juros, as expectativas das empresas arrefeceram em dezembro, na comparação com novembro, de acordo com as sondagens feitas pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
Entretanto, esse sentimento não é generalizado. Dentro da cadeia da construção, a indústria e o comércio varejista de materiais também ficaram mais pessimistas. Por outro lado, as empresas da construção não compartilham essa percepção – em dezembro, houve melhora do Índice de Expectativas. A alta foi “puxada” pelas empresas de Edificações Residenciais. Os projetos em andamento e, principalmente, o Programa Minha Casa Minha Vida contribuirão para reduzir o efeito da alta da Selic sobre a atividade.
De todo modo, certamente 2025 será um ano com maiores desafios. Depois de uma alta estimada de 4,4% em 2024, o PIB do setor da construção deverá desacelerar. A desaceleração maior ocorrerá no segmento não empresarial. As obras e reformas realizadas por pequenos empreiteiros e pelas próprias famílias serão impactadas de forma mais rápida pela alta dos juros. Mas a escassez de crédito e o custo mais alto deverão afetar também as construtoras.
Matéria publicada no Sinduscon-SP