Em reação à disparada dos preços dos vergalhões de aço no mercado nacional, construtoras associadas ao SindusCon-SP começaram a se organizar para fechar pedidos de importação desses produtos. O tema foi destaque da coluna Painel S. A. do jornal Folha de S. Paulo (7/6/2022), conforme segue abaixo.
O problema não é de hoje, segundo Odair Senra, presidente do SindusCon-SP. “Em junho do ano passado, o preço médio do vergalhão de aço no mercado nacional estava 19,77% acima da variação do INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), o indicador que corrige anualmente os contratos das construtoras com os donos das obras, como as incorporadoras e o poder público. Em abril deste ano, o preço médio já estava 34,22% acima do INCC. Sem qualquer justificativa plausível, os aumentos deste e de outros insumos como o cimento têm motivado o desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos”, afirma.
De acordo com o presidente do SindusCon-SP, “a cada reajuste do preço do vergalhão nacional, o mercado internacional fica mais atrativo. Para trazer o produto de fora, também pesou a redução, de 10,8% para 4%, da alíquota de Imposto de Importação (II) dos vergalhões de aço CA-50 e CA-60 para a indústria da construção, em 11 de maio.” A medida vale até 31 de dezembro deste ano.
O SindusCon-SP, junto com outras entidades da construção, já havia formalizado no ano passado, junto ao Ministério da Economia, o pedido de redução da alíquota. Em 2021, a alíquota do II sofreu a primeira redução, de 12% para 10,8%.
Leia a íntegra da nota publicada na edição de hoje (7/6/22) da coluna Painel S. A. da Folha de S. Paulo abaixo:
“Construtoras associadas ao SindusCon-SP (sindicato da construção civil) começaram a se organizar para fazer pedidos de importação do aço.
O movimento de importação do produto vem se acelerando no setor após a redução do imposto para dois tipos de vergalhão que vêm de fora.
De acordo com Odair Senra, presidente do SindusCon-SP, a alta nos preços de insumos como o aço e o cimento desde o ano passado têm gerado desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos, o que torna o mercado internacional mais atrativo diante da recente redução do tributo.
No mês passado, logo após a decisão do governo de cortar a alíquota, a CBIC, outra entidade do setor, em parceria com uma cooperativa de construção de Santa Catarina, iniciou um movimento para fazer compras conjuntas de aço da Turquia.
O SindusCon-SP afirma que a produção brasileira dos aços longos é concentrada e falta concorrência, o que pressiona os preços no país.
Para Senra, falta uma política industrial que incentive mais fabricantes de aço a se instalarem no Brasil, elevando concorrência e gerando mais empregos e renda. ´Enquanto isso não ocorre, e os fabricantes nacionais não param de subir seus preços, está aberto o caminho à importação´, afirma a direção do SindusCon-SP".
Matéria publicada no Sinduscon-SP