O Índice de Confiança da Construção (ICST) caiu 0,3 ponto, para 96,1 pontos, após cinco meses consecutivos de alta. Em médias móveis trimestrais, o índice ficou praticamente estável, ao variar 0,1 ponto.
Os dados são da Sondagem da Construção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), realizada junto a 595 empresas, entre 1º e 22 de outubro. A pontuação vai de 0 a 200, denotando satisfação ou otimismo a partir de 100.
Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do FGV/Ibre, atribui a queda da confiança a uma avaliação mais negativa dos negócios no presente do setor. “O movimento reflete percepções diferentes dos empresários nos vários segmentos: a confiança caiu entre as empresas de preparação de terrenos, mas voltou a crescer no segmento de edificações. De todo modo, o indicador consolidado de evolução da atividade acomodou em patamar que sinaliza uma percepção positiva das empresas, com uma posição mais favorável do que antes da pandemia Covid-19”, observa a economista.
Em outubro, a queda do ICST decorreu exclusivamente da piora sobre a avaliação do momento atual. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) recuou 0,7 ponto, para 92 pontos, interrompendo dois meses de altas consecutivas. O resultado deste recuo veio da queda de 1,4 ponto no indicador que mede a situação atual dos negócios para 90,8 pontos, enquanto o indicador de carteira de contratos se manteve relativamente estável nesse mês, ao passar de 93,3 para 93,4 pontos.
Já o Índice de Expectativas (IE-CST) manteve-se praticamente estável, ao variar 0,1 ponto, para 100,3 pontos. A pontuação resulta de indicadores com perspectivas divergentes que compõem o IE-CST. O indicador de demanda prevista subiu 0,6 ponto, para 101,8 pontos, e o indicador de tendência dos negócios cedeu 0,4, para 98,8 pontos.
Obstáculos aos negócios
Desde o segundo semestre do ano passado, o custo dos materiais ganhou destaque entre os fatores limitativos à melhoria dos negócios das empresas. No entanto, outra questão começa a ganhar relevância – a escassez de mão de obra qualificada, que recebeu 17,6% de assinalações em outubro, maior percentual desde março de 2015 (22,5%).
“Ainda é um quadro distante do alcançado no último boom (maio de 2011), quando 48,6% das empresas indicaram problemas com a falta de mão de obra, mas é uma questão que já começa a preocupar as empresas, e está diretamente relacionada ao maior aquecimento do setor”, comenta Ana Castelo.
Utilização da capacidade
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da construção aumentou 0,6 ponto percentual (p.p.), para 75,6%. O Nuci de Mão de Obra avançou 0,7 ponto percentual, para 76,9%, enquanto o de Máquinas e Equipamentos se manteve estável em 68,3%.
Matéria publicada no Sinduscon-SP