Ao contrário do que se observou em diversos setores da economia, o mercado imobiliário conseguiu atingir bons resultados durante a pandemia da Covid-19. O crescimento do setor de imóveis foi registrado em 2020 e, para 2021, são esperados números ainda melhores.
De acordo com Rafael Scodelario, especialista do mercado imobiliário e dono da Escodelar Inteligência Imobiliária, o crescimento do setor tem ocorrido por uma diversidade de fatores.
“A mudança de comportamento dos consumidores durante a pandemia impulsionou o mercado imobiliário. Contudo, precisamos levar em consideração, também, a oferta de crédito imobiliário, que disparou no Brasil em 2020 e em 2021”, explica Scodelario.
A afirmação do especialista é comprovada pela (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), que mostra que nos 12 meses até julho de 2021, o volume financiado com recursos da poupança (SBPE) chegou a R$ 185,6 bilhões de reais, o que representa um aumento de mais de 100% em comparação com o período anterior.
“Os dados mostram que, mesmo com o aumento dos juros cobrados pelos financiamentos – o que está diretamente ligado ao aumento da taxa Selic –, as linhas de crédito imobiliário têm sido procuradas pelos brasileiros. Uma das razões para esse cenário está nas facilidades oferecidas pelas instituições financeiras no que se refere ao pagamento das parcelas”, aponta Scodelario.
No Brasil, a Caixa Econômica Federal é responsável por cerca de 67% do crédito imobiliário, de acordo com Pedro Guimarães, presidente do banco. Em junho, a Caixa registrou seu maior recorde, já que teve o maior volume de contratações de crédito imobiliário de sua história.
“A digitalização do mercado imobiliário e, também, das instituições financeiras – como bancos e fintechs – fez com que as pessoas tivessem mais acesso ao crédito. Além disso, existe o programa Casa Verde e Amarela, do Governo Federal. Todos esses fatores têm contribuído para o crescimento do crédito imobiliário, que deve continuar a registrar bons resultados e a bater recordes nos próximos meses”, finaliza Scodelario.
Matéria publicada na Grandes Construções