O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) aumentou 0,46% em janeiro, maior alta desde julho de 2022 (0,86%). O resultado foi influenciado especialmente pelo incremento do custo com a mão de obra, que registrou variação de 0,70%, enquanto o custo de materiais e equipamentos cresceu 0,05% e o custo com serviços apresentou alta de 1,02%. Os dados são da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Conforme constata a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, o custo com materiais e equipamentos vem registrando variações mais modestas desde os últimos cinco meses do ano passado, com resultados negativos em agosto, setembro, outubro e dezembro. “É importante ressaltar a importância desse comportamento do custo com insumos depois de mais de dois anos preocupando a construção civil com fortes elevações”, ressalta.
Em janeiro de 2023 as maiores influências negativas para a variação do custo com materiais foram: tubos e conexões de PVC (-3,91%), cimento Portland comum (-0,28%), eletrodutos de PVC (-1,67%), placas cerâmicas para revestimento (-0,37%) e madeiras para telhado (-0,20%).
O aumento de 0,70% no custo com a mão de obra, no primeiro mês do ano, ocorreu em função da elevação mais expressiva desse custo em Belo Horizonte (4,99%) e em Salvador (1,14%).
Em Brasília a alta foi de 0,08% e no Rio de Janeiro (+0,12%). Nas demais capitais componentes do indicador (São Paulo, Recife, e Porto Alegre) ficou estável.
Com o resultado de janeiro, o INCC acumulou, nos últimos 12 meses, elevação de 9,00%. Nesse mesmo período, o custo com materiais e equipamentos cresceu 5,33% e o custo com a mão de obra apresentou alta de 12,44%. A análise da variação percentual acumulada em 12 meses demonstra que desde setembro de 2022 a maior fonte de pressão sobre o custo da construção passou a ser o custo com a mão de obra.
Na avaliação da economista, é bom destacar que o custo do setor continua em patamar elevado. “De julho de 2020 a janeiro 2023, o INCC já aumentou 33,67%, sendo que o custo com materiais e equipamentos, nesse mesmo período, apresentou elevação de 52,50%, o custo com a mão de obra cresceu 22,97% e o custo com serviços 21,73%. Isso significa que, mesmo diante de variações mais modestas o setor continua com o seu custo elevado”, salientou Vasconcelos.
Matéria publicada na Agência CBIC