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Desequilíbrio fiscal agrava a desigualdade social no país

A ata da última reunião do Copom (Conselho de Política Monetária) deixou claro que, diante da persistência da inflação alimentada pelos gastos públicos, a taxa de juros não apenas se eleva, como permanece alta por mais tempo, comenta o ConstruCarta.

De acordo com a análise, a política monetária contracionista tende a frear a demanda do setor privado, famílias e empresas, enquanto a parcela do setor público se mantém elevada, uma combinação disfuncional a curto e a longo prazos. Nesse contexto, logo após a publicação da ata do Copom, a Fazenda respondeu à mensagem do Banco Central e prometeu anunciar contingenciamentos de gastos que ainda não foram detalhados.

Mas existe ainda um aspecto que muitas vezes passa despercebido nesse cenário, prossegue o ConstruCarta. O déficit nominal do setor público consolidado chegou a R$948,5 bilhões no acumulado em doze meses até fevereiro passado. Desse montante, R$13,5 bilhões correspondem ao déficit primário – aquele que seria zerado, segundo a Fazenda – e os R$ 935 bilhões restantes referem-se aos juros pagos sobre a dívida pública. Apenas para que se tenha um parâmetro, em 2024 o programa Bolsa Família transferiu recursos da ordem de R$ 168,3 bilhões.

Em outros termos, juros altos resultam em redistribuição de renda daqueles que pagam impostos para os que se beneficiam dos juros da dívida. E, dado que os maiores beneficiários dos juros são os agentes com maiores níveis de renda e patrimônio financeiro, seja no curto ou no longo prazo, o desequilíbrio fiscal se torna uma ferramenta de agravamento da desigualdade social no país. Mas esse ponto não tem aparecido no “diálogo” entre Banco Central e Fazenda.

Matéria publicada no Sinduscon-SP
 

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