Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Dificuldades revertem confiança da construção, apura a CNI

As taxas de juros elevadas foram destacadas na Sondagem da Construção da CNI (Confederação Nacional da Indústria) de janeiro como o principal problema enfrentado pela Indústria da construção no quarto trimestre de 2024, seguida da falta ou alto custo do trabalhador e, na sequência a elevada carga tributária. Os empresários do setor se ressentiram com menos lucro operacional, mais aumentos de preços dos insumos e maior dificuldade de acesso ao crédito.

Com isso, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) da Construção de janeiro ficou abaixo dos 50 pontos pela primeira vez desde janeiro de 2023, o que evidencia a reversão de um quadro de confiança para falta de confiança (a pontuação vai de 0 a 100, denotando confiança ou otimismo a partir de 50). As informações foram colhidas junto a 315 empresas, sendo 118 pequenas, 130 médias e 67 grandes, no período de 7 a 17 de janeiro.

A percepção de piora das condições atuais e a redução do otimismo em relação às expectativas da economia brasileira explicam esse resultado, segundo a CNI.

O Icei recuou 1,4 ponto na passagem de dezembro para janeiro, ficando em 49,6 pontos. O Índice de Condições Atuais, um dos componentes do Icei, recuou 1,2 ponto, para 44,9 pontos em janeiro, mostrando a percepção de piora das condições correntes mais intensa e disseminada. O recuo foi puxado pela piora na avaliação das condições atuais da economia brasileira, enquanto o indicador de condições atuais da empresa se manteve estável.

O Índice de Expectativas, outro componente do Icei, recuou 1,6 ponto, ficando em 51,9 pontos, como resultado da queda dos índices de expectativa da economia brasileira e da empresa.

Expectativas

O índice de expectativa de nível de atividade manteve-se estável em 53,8 pontos em janeiro. Aumentou a expectativa do nível de atividade nas empresas de pequeno e médio porte, e diminuiu nas empresas de grande porte.

O índice de expectativa de compras de insumos e matérias-primas foi de 53,7 pontos em janeiro, após avançar 2,3 pontos, mostrando que a expectativa de aumento da compra de insumos e matérias primas se tornou mais intensa e disseminada.

O índice de expectativa do número de empregados ficou em 53,1 pontos, após avançar 0,6 ponto, mostrando uma expectativa de elevação do emprego mais intensa e disseminada.

O índice de expectativa de novos empreendimentos e serviços ficou em 52,8 pontos, após recuar 1 ponto, revelando que essa expectativa ser tornou menos intensa e disseminada. O recuo foi puxado pela queda no indicador de expectativa das grandes empresas, enquanto os índices das pequenas e médias empresas avançaram.

Intenção de investir recuou

O índice de intenção de investimento da Indústria da construção ficou em 45,1 pontos em janeiro, recuando 0,8 ponto. No mês, o indicador se encontra 7,2 pontos acima da média da série histórica, de 37,9 pontos.

Atividade

O índice do nível de atividade da indústria da construção ficou em 45,4 pontos em dezembro de 2024, revelando que o recuo da atividade foi mais intenso e disseminado do que em novembro.

O índice do número de empregados ficou em 45,7 pontos, sinalizando recuo mais intenso e disseminado no número de empregados. Estas quedas são comuns nos meses de dezembro.

Acesso ao crédito

No 4º trimestre de 2024, o índice de acesso ao crédito ficou em 37,7 pontos, após recuar 2,6 pontos frente ao 3º trimestre do ano, sinalizando dificuldade mais intensa e disseminada nos últimos três meses do ano.

Após recuar 0,6 ponto frente ao 3º trimestre de 2024, o índice de satisfação com o lucro operacional ficou em 44,8 pontos no último trimestre do ano, mostrando que a insatisfação com o lucro operacional se intensificou nos últimos três meses do ano.

O índice de evolução do preço médio de insumos e matérias primas foi de 64 pontos no 4º trimestre, após avançar 2,7 pontos frente ao trimestre anterior, mostrando percepção de aceleração dos preços.

O índice de satisfação com a situação financeira ficou em 49 pontos no 4º trimestre do ano, após avançar 1,3 ponto na comparação com o trimestre anterior, revelando que a insatisfação com a situação financeira no trimestre se tornou menos intensa e disseminada no último trimestre de 2024.

Principais problemas

Em resposta que permitia mais de uma assinalação, as taxas de juros elevadas foram apontadas por 34,1% dos empresários como o principal problema enfrentado pela Indústria da construção no 4º trimestre de 2024. Esse número corresponde a um aumento de 8,7 pontos frente ao 3º trimestre do ano.

O problema de falta ou alto custo do trabalhador qualificado ficou na segunda posição do ranking de principais problemas, assinalado por 26,8% dos empresários da construção. Esse número corresponde a um aumento de 1,4 ponto percentual em relação ao trimestre anterior.

A elevada carga tributária também se destacou e finalizou o ano como o terceiro maior problema da construção, com 26,6% de assinalações. Também merecem destaque a falta ou alto custo da mão de obra não qualificada, com 22,8% de assinalações; a burocracia excessiva, assinalada por 16,3% dos empresários, e a insegurança jurídica, com 15,6%.

Utilização da Capacidade Operacional

Na passagem de novembro para dezembro, a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) se manteve estável em 67%, o maior valor já atingido em um mês de dezembro desde o início da série histórica em 2012, e acima da média histórica dos meses de dezembro da série, de 62%. A estabilidade do índice resultou da combinação entre um recuo de 4 pontos na UCO das empresas de pequeno porte, estabilidade no índice das empresas de médio porte, e avanço de 1 ponto no indicador das empresas de grande porte.

Matéria publicada no Sinduscon-SP

Nós usamos cookies para compreender o que o visitante do site da Abcic precisa e melhorar sua experiência como usuário. Ao clicar em “Aceitar” você estará de acordo com o uso desses cookies. Saiba mais!