O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva assumirá o governo em 1º janeiro de 2023 com o desafio de acelerar o crescimento do país, promover a transição para uma economia de baixo carbono e melhorar a qualidade de vida dos brasileiros.
Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, os próximos quatro anos exigem união e diálogo entre setores público e privado e a sociedade para a necessária construção de uma política industrial moderna, pautada nos investimentos em inovação e tecnologia e na agenda do clima. Além disso, o presidente eleito precisa acelerar a agenda de reformas, principalmente, a de tributos.
“Muitos dos problemas econômicos e sociais são antigos. Seus diagnósticos e soluções já foram exaustivamente discutidos. Precisamos, agora, concentrar esforços no enfrentamento dessas questões. Por isso, seguindo o exemplo dos países mais desenvolvidos, defendemos a adoção de uma visão de país de longo prazo, que tenha como objetivos centrais a inovação, os ganhos de produtividade e a maior inserção da economia brasileira no concorrido mercado internacional”, afirma o presidente Robson Andrade.
O caminho para um país forte, dinâmico e inovador está mapeado nos 21 documentos entregues à campanha do presidente eleito, que foram construídos a partir de sugestões de empresários e de representantes das federações estaduais e das associações nacionais setoriais da indústria.
As ações estão focadas na aprovação da reforma tributária sobre o consumo, bastante discutida na sociedade e no Congresso Nacional, para a criação de um sistema tributário eficiente e que estimule os investimentos produtivos e a criação de empregos.
Desafios – Além da solução para os obstáculos que há muitos anos dificultam o crescimento mais vigoroso da economia, o Brasil precisa se preparar para aproveitar as oportunidades abertas pela Indústria 4.0 e pela descarbonização da economia, duas revoluções que estão transformando as vidas dos brasileiros e vão determinar o futuro das empresas e o progresso das nações.
Os investimentos em pesquisa e inovação também são fundamentais para o país reduzir as emissões de gases de efeito estufa e ocupar uma posição de maior destaque no esforço global para conter o aquecimento do planeta.
A indústria, que atualmente responde por quase 70% dos investimentos empresariais em pesquisa e desenvolvimento, é essencial para o país se beneficiar das mudanças trazidas pela digitalização das atividades e pela revolução verde.
“A agenda do clima é ampla e oferece possibilidades de negócios admiráveis em diversas áreas. Entretanto, exige novas tecnologias e a adoção de políticas apropriadas para a produção de energias renováveis e para o uso sustentável da nossa rica biodiversidade”, ponderou Robson Andrade.
Educação – A revolução tecnológica que está em curso demanda um sistema educacional mais conectado com a era do conhecimento, assim, há desafios da educação e da formação profissional e técnica dos trabalhadores.
Por isso, o novo governo deve dar prioridade à melhoria da qualidade da educação básica e oferecer aos jovens oportunidades de aprendizagem ao longo da vida, para que se prepararem adequadamente para atender às exigências de um mercado de trabalho em constante transformação.
A retomada do crescimento e o aumento da produtividade exigem um sistema educacional que ofereça oportunidades a todos e esteja sintonizado com os avanços da sociedade, da ciência e da tecnologia. Sem isso, não serão ofertados aos estudantes as competências e as habilidades exigidas pela economia contemporânea que está delineando o trabalho do futuro.
Infraestrutura – Outro problema histórico do Brasil é a infraestrutura deficiente. Mesmo com os avanços alcançados com as concessões e as privatizações, ainda há muito a ser feito para adequar essa área às necessidades das empresas e da população. Entre as ações indispensáveis para ampliar e modernizar a infraestrutura, está a adoção de medidas regulatórias efetivas para promover a competição no mercado de gás natural, de combustíveis e de energia elétrica, e ampliar os investimentos em sistemas eficientes de transportes.
O Brasil precisa aumentar os investimentos em transportes em, pelo menos, três vezes para eliminar os gargalos que impedem o país de ser competitivo e tornar sua logística adequada para o escoamento interno de cargas, bem como para as exportações e importações. Atualmente, o país investe em infraestrutura de transportes apenas 0,65% do Produto Interno Bruto (PIB). O patamar ideal para modernizar a logística de transporte do país seria de 2% do PIB.
“Nossa expectativa é diálogo entre todos os setores da sociedade com o governo eleito. Estou convicto de que, com a interlocução aberta e democrática entre a iniciativa privada e o setor público, poderemos fazer as mudanças de que o Brasil tanto necessita para ter um futuro mais próspero, ambientalmente equilibrado e socialmente justo", afirma Andrade.
Matéria publicada na Grandes Construções