Uma pesquisa da Deloitte feita com 144 empresas da cadeia da construção no Brasil identificou as principais dificuldades do setor para conquistar mais eficiência e as tendências que podem ajudar a atingi-la. O estudo foi divulgado em evento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).
Ampliar a conectividade nas obras é um dos pontos a serem trabalhados. O uso de sistemas como o Building Information Modeling (BIM), processo que faz a representação virtual da obra, permite planejamento mais detalhado dos projetos e evita problemas na construção. Também são citados drones e sensores que monitoram remotamente a obra. Segundo a pesquisa, na área de construção e incorporação, 81% das empresas já utilizam BIM e 52% usam drones.
O estudo também constatou que a maior parte das empresas do setor construtivo adota apenas parcialmente métodos para medir ganhos de eficiência e produtividade dos projetos, e reforça a importância de se conseguir enxergar os avanços realizados.
Outra tendência para aumentar a produtividade é a modularização e pré-fabricação dos projetos, que reduz custos com materiais e mão de obra, além de diminuir o tempo de canteiro e facilitar o controle de qualidade.
No entanto, segundo Luiz França, presidente da Abrainc, essa iniciativa facilitaria as obras, ao dar mais agilidade e qualidade aos produtos, mas ainda esbarra em dificuldade tributária. “Muita coisa que poderia ser fabricada fora da obra é feita no canteiro por questão fiscal. É mais barato fazer na obra do que trazer um banheiro montado, por exemplo, porque tem mais tributos”, diz. De acordo com ele, há uma demanda antiga do setor para que esse problema seja resolvido, e não é preciso esperar pela reforma tributária.
A parceria entre empresas do setor da construção e startups dessa área, conhecidas como construtechs, também pode contribuir para a adoção de novas tecnologias e o aumento da produtividade. Segundo a pesquisa, 30% das empresas de construção e incorporação já fazem parcerias com construtechs, enquanto outras 30% o fazem com startups de outros tipos.
Matéria na íntegra está publicada no Valor Econômico