A percepção ligeiramente pessimista sobre a situação atual dos negócios e as perspectivas futuras diminuiu entre os empresários da construção em agosto. É o que mostra o Índice de Confiança da Construção (ICST). O indicador subiu 1,4 ponto no mês, para 98,2 pontos. É o maior nível desde dezembro de 2013 (98,3 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 0,6 ponto.
O indicador é do FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). Vai de 0 a 200, denotando satisfação ou otimismo a partir de 100. As informações foram coletadas em 622 empresas, entre 1 e 24 de agosto.
De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV/Ibre, o sentimento de melhora na situação atual e nos próximos meses dos negócios voltou a prevalecer entre as empresas da construção. O aumento do indicador da confiança no mês recuperou a queda anterior, embora ainda permaneça abaixo do nível de neutralidade.
“Apesar de uma percepção mais favorável sobre a situação atual e a despeito das últimas medidas voltadas ao segmento de habitação social, as expectativas estão mais pessimistas que há um ano, o que sinaliza um cenário ainda desafiador à frente”, ressalva a economista.
O segmento de Infraestrutura registrou maior queda do indicador na comparação interanual, o que pode ser resultado da perspectiva de desaceleração dos investimentos relacionados ao ciclo eleitoral. Já no segmento de Edificações Residenciais, as expectativas referentes à demanda prevista ficaram mais otimistas na comparação com julho.
Menos pessimismo
A alta do ICST em agosto foi influenciada tanto pela melhora das avaliações sobre o momento atual quanto pelas perspectivas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 1,6 ponto, para 96,4 pontos, maior nível desde maio de 2014 (97,6 pontos). O resultado do ISA deveu-se à melhora do indicador de situação atual dos negócios, que subiu 3,9 pontos, para 96,2 pontos. Já o indicador de volume da carteira de contratos recuou 0,8 ponto, para 96,5 pontos.
O Índice de Expectativas (IE-CST) avançou 1,2 ponto, para 100,1 pontos. Esse resultado decorre principalmente do maior otimismo sobre o indicador que mede a demanda prevista para os próximos três meses, que subiu 1,7 ponto, para 102,8 pontos. Por sua vez, o indicador de tendência dos negócios para os próximos seis meses avançou 0,6 ponto, para 97,3 pontos.
Crescimento se mantém
Em agosto, 31% das empresas indicaram intenção de contratar nos próximos meses e apenas 11,9% mencionaram redução do emprego, o que sinaliza a continuidade do ciclo de crescimento do mercado de trabalho no setor da construção.
Capacidade utilizada
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção ficou relativamente estável ao variar -0,2 ponto percentual (p.p), para 77,7%. O Nuci de Mão de Obra também ficou estável, permanecendo aos 78,9%, enquanto o Nuci de Máquinas e Equipamento cedeu 1,2 p.p, para 72,7%.
Matéria publicada no Sinduscon-SP