Com homenagem às vítimas da Covid-19 e a presença de autoridades do Poder Legislativo, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) abriu nesta terça-feira (30/11), em Brasília, o maior evento nacional da indústria da construção civil.
A abertura do encontro contou com as participações dos vice-presidentes do Senado Federal, Veneziano Regô Neto, e da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos, bem como dos deputados federais Darci Matos (PSD/PR) e Joaquim Passarinho (PSD/PA). A presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, não foi possível, em razão da sua filiação ao Partido Liberal, bem como a das demais autoridades do Legislativo, em razão do esforço concentrado para a votação da PEC dos Precatórios no Senado Federal.
Em sua fala, o presidente da CBIC, Jose Carlos Martins, enfatizou a rapidez do setor ao se adaptar aos desafios da pandemia do coronavírus, mantendo emprego com responsabilidade social e sanitária. “Continuamos gerando emprego e crescemos nesse período. Devemos fechar 2021 com um crescimento de 5% e mais de 350 mil novos empregos com carteira assinada”, frisou.
Em mensagem direcionada ao setor, Martins ressaltou que a pandemia potencializou valores voltados para o social e o ambiental. Sobre tecnologia, salientou a necessidade do segmento estar acostumado a uma evolução constante, para não ser tragado pela onda das rápidas mudanças.
Mencionou também o projeto CBIC Digital, que visa, por meio da tecnologia, aproximar as pessoas, trazer mais conhecimento, melhorar as informações e atingir mais pessoas.
Além disso, o dirigente salientou que um dos maiores desafios do setor foi o aumento abusivo dos insumos para a construção. “Os aumentos saíram da realidade. A capacidade de compra das famílias descolou do custo do imóvel. Muitas famílias ficaram incapacitadas para acessar a tão sonhada casa própria”, mencionou.
Economia nacional e seus voos de galinha
Ao analisar a participação da construção no Brasil (4%), diante de países como a China (40%), Estados Unidos e Europa (21% a 24%) e África (3%), Martins ressaltou que é óbvio que enquanto o país basear o seu crescimento em cima do consumo, que é fator imediatista, o Brasil continuará a ter esse timo de voo de galinha.
“Enquanto não entendermos que o investimento é que pode ser o vetor de crescimento contínuo, não adianta reclamar dos 16% de participação de Formação Bruta no Capital (FBC) no PIB”, disse, mencionando que se o setor da construção não for visto como a grande locomotiva de crescimento, o país não vai crescer.
Martins defendeu a revisão do modelo de habitação atual, em que a complementação de renda para financiamento foi entregue apenas ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). “Houve redução de 10% do volume de investimento do FGTS, 90% do déficit habitacional brasileiro, enquanto o da Caderneta de Poupança para a classe média dobrou de 2020 para 2021. “Mercado existe, o que não existe é condição para as pessoas acessarem”, ressaltou.
Além disso, defendeu que a infraestrutura e o saneamento devem ser levados a todos os brasileiros e construtores, sem corporativismo. “Precisamos viabilizar a participação de mais empresas nos processos licitatórios”.
“A construção civil tem um papel estratégico na retomada do caminho de prosperidade, porque ambiente de negócio sadio é emprego na veia e ambiente de negócio hostil é desemprego na veia”, mencionou o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos, reforçando que os parlamentares têm o desafio de pautar os temas que sejam essenciais para que a construção civil possa ajudar no processo de retomada do setor.
“O Senado está de braços abertos para receber as sugestões do setor da construção para que possamos fazer a boa luta de avançar e superar as vicissitudes, ressaltou o vice-presidente do Senado Federal, Veneziano Regô Neto, exemplificando com a sugestão para ampliação do acesso ao financiamento via FGTS.
Matéria publicada na Agência CBIC