“O Brasil deve crescer 1,5% no biênio 2020/2021. É medíocre, mas é um crescimento positivo”, salientou o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV), Samuel de Abreu Pessôa, que participou de debate sobre a retomada econômica desequilibrada em meio à epidemia da Covid-19, que tratou da crise econômica produzida pela pandemia da Covid-19, a importância do setor da construção na geração de empregos e a desoneração da folha de pagamento. A conversa encerrou os debates do 93º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic).
Para o ano que vem, a previsão do pesquisador é de um crescimento nacional em torno de 2%, com a continuação da reabertura do setor de serviços e com o caixa estadual. Samuel Pessôa deu uma visão geral sobre o cenário econômico nacional, com foco na crise econômica, que promoveu a readequação do setor, com um boom em obras na construção civil e choque de consumo de bens duráveis.
A presidente da Comissão de Responsabilidade Social (CRS) da CBIC, Ana Claudia Gomes, reforçou a relevância do setor da construção com o ressignificado dado às casas na pandemia e na luta por empregos formais com qualidade.
Sobre a questão da desoneração da folha de pagamento, o presidente da CBIC reforçou que “o mundo tem vivido de versões, não de fatos”. Já o secretário executivo do Ministério do Trabalho e Previdência, Bruno Dalcolmo, defendeu a completa desoneração da folha de pagamento para trazer milhares de trabalhadores para a formalidade.
Construção civil pode ajudar o país a gerar mais emprego
Na avaliação do secretário executivo do Ministério do Trabalho e Previdência, Bruno Dalcolmo, as expectativas com relação à construção civil são as melhores possíveis. A construção civil é mão de obra inclusiva e um setor muito organizado, que treina os trabalhadores, por isso foi o foco da Agenda de Revisão das Normas Regulamentadoras (NRs).
Dentro do tema “Desafios para a geração de empregos e o papel da indústria da construção”, com foco na desigualdade no trabalho e emprego no pós-pandemia, o presidente da Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT) da CBIC, Fernando Guedes Ferreira Filho, reforçou a importância de se pensar mais nas questões estruturais que envolvem o emprego. “É preciso pensar novas formas de trabalho e de proteção, repensar o nível de produtividade e qualificação do trabalhador, para sair das questões conjunturais e ir para as questões estruturais”.
Fernando Guedes defendeu a modernização do emprego, como a contratação por obra certa, para garantir a formalização dos trabalhadores e a geração de mais empregos. “Precisamos dar mais produtividade ao trabalhador brasileiro. O próprio trabalhador não quer a rigidez da CLT”, frisou.
Ana Claudia reforçou a importância do diálogo aberto para construir uma solução que possa manter os empregos de qualidade e que o setor possa protagonizar essa mudança.
Matéria publicada na Agência CBIC