O primeiro dia do 93º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic) contou com o painel “Como sobreviver aos aumentos nos custos da construção?”. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) reuniu nomes de peso para debater este assunto de grande relevância para o setor. Durante o encontro, os participantes apresentaram sugestões inovadoras e ações institucionais para reverter os incrementos nos custos.
O vice-presidente financeiro da CBIC, Elson Ribeiro e Póvoa, mediou a discussão e afirmou que todos foram pegos de surpresa com os preços estratosféricos dos materiais de construção. Para a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, os aumentos foram abusivos. “Foram aumentos em proporções de 100, 120%, como nós assistimos em alguns insumos a partir do 2º semestre do ano passado. As empresas conseguem sobreviver somente com o reequilíbrio econômico dos contratos. Nós tivemos esses aumentos impossíveis de serem previstos dentro de qualquer orçamento de obra. O setor precisa continuar trabalhando para ‘limpar’ os canais de importação, que hoje estão obstruídos”, disse a economista.
O presidente da Coopercon-SC, José Sylvio Ghisi, liderou o movimento de importação de aço da Turquia para atender a demanda de 230 empresas brasileiras. “Com todos os problemas de alta nos preços e desabastecimento, nos unimos com empresários do Brasil para trazer navios da Turquia com aço por um custo mais baixo. Foram 40 mil toneladas e 230 empresas construtoras acreditaram em nossos processos. Nossa meta é trazer outro navio com mais 20 mil toneladas até o fim do ano”, ressaltou.
O Presidente da COOPERCON BRASIL, Marcos Pereira Lago, defendeu que é necessário trabalhar em importações de diversos insumos. “Precisamos entender que o canal de importação tem que ser totalmente desobstruído. Aço é apenas um item. Nós temos que começar a trabalhar para trazer mais. Temos que começar a criar um fluxo contínuo de importação. A união é que vai fazer a nossa força”, afirmou.
Já o vice-presidente da CBIC, Marcos Mauro Pena de Araújo Moreira Filho, reiterou que a questão da importação é fundamental para “quebrar as barreiras de pequenos feudos que ainda existem nesse país”.
Matéria publicada na Agência CBIC