ABRAINC, CBIC, Secovi-SP e demais entidades do setor da Construção Civil enviaram carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para contestar a possibilidade de liberação de novos saques nas contas do FGTS.
As entidades ressaltam no documento que em 2019 e 2020 este mesmo procedimento foi utilizado, e não houve qualquer avaliação de resultados sobre o impacto real na economia.
Liberar novos saques do fundo compromete a capacidade de investimento em habitação, saneamento básico, infraestrutura, além de prejudicar a geração de empregos e o crescimento econômico.
“Para se ter uma ideia, a cada R$ 1 bilhão de investimento em habitação, gera-se cerca de 24 mil empregos, principalmente para a população de baixa renda”, explica o presidente da ABRAINC, Luiz França.
José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), diz que o FGTS não deve ser percebido como complemento de renda. “É funding para investimentos, é geração de bem-estar, emprego e renda para a população”, enfatizou. De acordo com ele, é criada uma falsa impressão de que o saque irá ajudar na economia. “Não é verdade. Fizemos em outros momentos análise posterior e o pequeno ganho que traz é muito inferior ao que perdemos. Perde-se o emprego gerado na contratação de habitações e saneamento. Emprego este que gera renda numa cadeia horizontal, capilaridade, com efeitos imediatos que se propaga por toda economia”, ressaltou.
Martins reiterou que o Fundo foi feito para investimento. “No caso de liberação, saca, consome e pronto. Os benefícios do FGTS com investimento são totalmente positivos e não podem ser interrompidos por medidas que, apesar de bem-intencionadas, não resultarão em emprego e renda sustentáveis para a população”, concluiu Martins.
Leia o posicionamento do setor na íntegra
Matéria publicada na Abrainc