A ABRAINC, o Secovi-SP e o SindusCon-SP encaminharam ao Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central (BC) uma proposta de redução de 5% no compulsório bancário. O objetivo é direcionar esse dinheiro para abastecer os financiamentos de imóveis e incentivar uma possível redução das taxas de juros.
A medida, se confirmada, representaria a injeção de R$ 38 bilhões em recursos no mercado imobiliário, afirmou o presidente ABRAINC, Luiz França, em entrevista ao Broadcast. "Com isso, a pressão sobre a taxa não existiria mais, pois haveria funding disponível aos bancos para fazerem o mesmo volume de financiamentos do ano passado", afirmou.
Por trás dessa movimentação está a preocupação com a alta dos juros do crédito imobiliário. A taxa média de juros do financiamento habitacional chegou à faixa dos dois dígitos no segundo semestre do ano passado - algo que não se via desde 2016 - e segue ganhando corpo neste ano. Em fevereiro, os bancos privados promoveram nova rodada de elevação das taxas.
Um detalhe da proposta é que essa flexibilização do compulsório seja usada para financiar somente imóveis novos, deixando de fora os usados. "É nos imóveis novos que está a geração de empregos e se movimenta a economia", afirmou. Segundo França, os R$ 38 bilhões poderiam se traduzir em 160 mil apartamentos, 900 mil empregos e R$ 10 bilhões em impostos.
França afirmou que as vendas de imóveis estão normais neste começo de ano. "Até dois dígitos, a taxa é suportável e a gente tem demanda". A ABRAINC divulgará seu balanço anual de vendas na próxima semana. O dado mais recente da associação mostra que no trimestre móvel encerrado em novembro (dados acumulados de setembro, outubro e novembro) de 2022, os lançamentos recuaram 9,1% na comparação com o mesmo período de 2021, ficando em 40.757 unidades. Por sua vez, as vendas líquidas cresceram 13,3%, para 33.435 unidades.
Matéria publicada na Abrainc